“ Meu Deus, onde eu errei??” – Procura que acha….
Fiz meu curso primário em colégio de religiosas do Carmelo. Freiras que se apresentavam com seus hábitos que por si só impunham autoridade além da própria personalidade das mestras As aulas, desde o Jardim da Infância eram ministradas com a doçura quase maternal, mas com a seriedade quase paternal.
Chegávamos ao quinto ano do curso primário realmente preparados para o exame de admissão ao ginásio, não só pelos conhecimentos adquiridos, mas também com a maturidade que se poderia esperar proporcional à nossa faixa etária.
O meu curso ginasial foi realizado em colégio de religiosos da congregação do Verbo Divino. Eram padres, em sua maioria de origem alemã, e professores brasileiros principalmente responsáveis pelo ensino da Língua Portuguesa (na época ainda se ensinava …) Destaque-se que as gírias ou as frases sincopadas a gente poderia aprender na rua mas nunca nos bancos escolares, onde aliás, era vedado o seu uso. Chegavam sim, até mesmo serem rudes e muito fechados no trato pessoal, mas a essa altura, o entendimento era de que o aluno com seus 13 ou 14 anos, não deveria mais ser tratado como uma criança e dele já se poderia exigir um comportamento semi-adulto. Usávamos uniformes e os professores leigos vestidos socialmente.
Falar disso hoje é caretice.
Daí para frente, curso científico, ou técnico e depois a Universidade, era consequência natural da formação já consolidada.
Porque, esse relato exordial?
Para demonstrar a diferença dos nossos dias. A modernidade que se apossou do nosso sistema de ensino, não só do ambiente escolar, mas também da metodologia é o grande responsável pelo descalabro e o despreparo da nossa juventude.
Nas escolas o desavisado ficará perplexo por não saber diferenciar o aluno do professor, quanto ao traje, à postura pessoal, a linguagem expressada. Mas tudo vem de casa também, pois a educação passou a ser de responsabilidade da escola. Os pais deixaram de se preocupar com a criação de seus filhos porque não é problema deles, para isso pagam a escola ou os impostos para o ensino publico. A propósito, o ensino publico era disputado quase no tapa, graças a sua eficiência. Hoje… só fica lá quem não pode pagar o ensino particular que também não é nenhum “ doce de coco”..
Não posso deixar de compartilha parte de um primor de artigo postado por Lu Oliveira, professora, blogueira, postado em outubro de 2010, mas que somente agora tive oportunidade de ler e que nos dá resposta a muita coisa…
“Filhos do egoísmo
Li esta semana, em uma dessas revistas de celebridades (meu tempo na esteira passa bem mais rápido assim), que a esposa de um ator badalado em Hollywood contratou um personal style para a filha de…9 anos! Segundo a abestalhada da mãe, ela não quer que a menina se vista como outras crianças.Entendeu? Uma mãe não quer que sua filha, de 9 anos, vista-se como uma criança. Santo Deus! Mas ela é uma criança!!!Sinto extrema compaixão de meninos e meninas que são filhos de gente esquisita. E podem falar o que quiser, mas há pessoas por aí – famosas ou anônimas – que são totalmente “fora da casinha”. Parece que é chique, sei lá, quebrar qualquer tipo de convenção, fazer as coisas ao contrário, chamar a atenção por ser “diferente”.Uma atriz, também hollywoodiana, veste sua filha de 4 anos como um menino, pois argumenta que a própria menina prefere isso. Como assim “prefere”? Uma criança dessa idade pode escolher, no máximo, se quer uma roupa azul ou vermelha, mas não há quem me faça concordar que é ela quem faz suas escolhas. Ainda mais uma escolha desse tipo.Aí aparece uma outra celebridade defendendo a “produção independente”. A lógica desse “processo”, para mim, é a seguinte: “eu quero ter um filho, mas não quero um homem; logo, meu filho não terá um pai, mas isso será um problema dele.” Sinceramente? Uma mulher que faz essa escolha já mostra não saber o que é ser mãe. Egoísmo puro…” Lembra ainda que normalmente o pensamento é “ deixar os avós cuidando e confiar que a escola vá ensinar todos os valores para a criança.“Finaliza dizendo que “famílias que se formam a partir de relações estruturadas tendem a ser harmoniosas. Passam por dificuldades, enfrentam desafios, mas sobrevivem a essas teorias esquisitas, formuladas por pessoas que só pensam em satisfazer seus desejos, custe o que custar. Mesmo que o preço inclua o destino de uma criança.”
Vemos na imprensa cenas deploráveis de alunos agredindo professores, quebrando salas de aulas, pichando prédios escolares, certo de que tudo pode, porque ninguém tem coragem de enfrenta-los…
A regra de facilitar a queima de etapas, sob a alegação que as matérias ensinadas nos cursos básicos seriam meramente, como se diz, para cumprir tabelas, que o importante era ter um diploma na mão, começa a dar seus frutos agora em que temos um mercado de trabalho ansioso pela chegada de técnicos que não chegarão, porque não são formados. Esbarramos nas ruas,como avulsos ou corretores, nos elevadores como ascensoristas, nos taxis como motoristas, profissionais (?) de nível superior, ostentando um anel no dedo anular, mas sem as mínimas condições para exercer a profissão.
Enquanto isso vemos nas rádios, nas televisões, nos shows públicos abertos para qualquer idade, de verdadeiros atentados à moral pública e à própria linguagem, sob aplausos calorosos como sendo a redenção e a consagração da liberdade.
O resultado de tudo isto é a desilusão.. É a delinquência.. e aquelas mãozinhas que deixaram de ser conduzidas na época própria podem agora estar agarrando as grades de uma cadeia sob o olhar estupefato dos pais que estranhamente se perguntam “onde eu errei?”.
Vamos pensar juntos, pois pode ser que ainda haja tempo…
Excelentes as matérias postadas