Quem pretenda analisar esse teorema fatalmente ficará sem resposta ou convencido de uma falência coletiva.
Evidentemente não poderá desprezar os pensamentos de Oto Von Bismarck no Parlamento Prussiano:
“Discurso de Prussian superior da casa (18 dez 1863)
: “Die Politik ist keine Wissenschaft, wie viele der Herren Proffessoren sich einbilden, sondern eine Kunst.”, ou seja:
“A política não é uma ciência, como os professores são capazes de supor. É uma arte.”
- Discurso de North German Reichstag (24 de setembro de 1867)
- “Die Politik ist keine exakte Wissenschaft.”, ou:
“A política não é uma ciência exata.”, e completa:
“A politica é a arte do possível.”
Disse mais:
“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”.
Os cidadãos não poderiam dormir tranquilos se soubessem como são feitas as salsichas e as leis.
“Quando coloco a isca para cervos não atiro na primeira corça que vem para cheirar, mas espero que todo o rebanho esteja reunido.”
È preciso também conferir as datas em que tais postulados foram oferecidos para meditação, para então saber se algo mudou, e se não mudou, para que serviu.
Fico abismado ao ver na imprensa noticia de que os partidos políticos estariam à caça de nomes para incorporar à legenda para se garantir e participar das eleições.
Ora, até mesmo por exigência legal essas agremiações devem ter certo numero de filiados e, no entanto não dispõe de um nome adequado e em condições de representa-lo. Seja por que motivos forem, saem à procura de jogadores de futebol, técnicos, atletas de voleibol, artistas e apresentadores de programas de televisão como se fossem tábuas salvadoras.
Qual o significado disto? A falência dessas instituições. A descrença popular na elite representativa.
O que Bismark dizia em 1867 aplica-se nos nossos dias, sem nenhum aprimoramento, principalmente quanto à mentira.
O povo foi às ruas em protestos, cansado de tanta corrupção, do caos na saúde, nos improvisos da educação, do descalabro da segurança, de uma da mais altas cargas tributárias do mundo e, principalmente pela falta de perspectiva na classe politica.
Mas, vamos imaginar que sejam aplicadas essas formas de solução. Sem nenhum desapreço às pessoas ou sua capacidade intelectual, mas o fato é que um cantor que traz o seu carisma junto à tietagem, o atleta pela idolatria, pode a- dentro desse ambiente de carência – obter uma eleição para um cargo executivo sem nenhuma condição por falta de qualidades, o que será desastroso.
Já tivemos exemplos recentes como a eleição de Jânio Quadros, ocorrida no bojo de uma figura caricata, que aparentava, ao mesmo tempo, um defensor da moralidade, sem comprovar qualquer tipo de competência administrativa, mas conseguindo obter do eleitorado o seu apoio pela forma grotesca com que se apresentava.
O resultado dessa aventura oferece sequelas até hoje… Um desastre total!
Só ilustrando para os que não tiveram a desventura de viver àqueles tempos Jânio Quadros em suas passagens pelo Poder, oferecia espetáculos tipo:
Não, passou o cargo para sua sucessora Luiza Erundina porque preferiu passar o réveillon em Londres; pendurou uma chuteira em seu gabinete (para ilustrar o suposto desinteresse em prosseguir na política), proibiu jogos de sunga e o uso de biquínis fio-dental no Parque do Ibirapuera (onde era localizada a então sede da prefeitura), com frequência mandava publicar no Diário Oficial do município os célebres bilhetinhos enviados aos seus assessores, obrigou a direção da Escola de Balé do Teatro Municipal a expulsar alguns alunos tidos como homossexuais, aplicou multas de trânsito pessoalmente, posou para a imprensa com a camisa do Corinthians e fechou os oito cinemas que iriam exibir o filme A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese, por considerá-lo desrespeitoso à fé cristã, fatos amplamente divulgados na mídia nacional.
Mas, ainda assim era eleito vereador, duas vezes prefeito municipal da cidade de São Paulo, Governador do Estado de Sâo Paulo e Presidente da Republica…
Será que estamos caminhando para isto?
Os eleitores paulistas, em 1959, deram uma votação estupenda (100 mil votos) para o rinoceronte Cacareco em protesto pela falta de qualidade dos demais concorrentes.
A campanha foi de iniciativa do jornalista Itaboraí Martins e ganhou as ruas.
Enquanto isto o país passava por uma situação político-econômico-financeira grave, como hoje, e o povo se dispondo a não encarar seriamente o exercício da cidadania elegendo seus representantes.
Depois não adianta reclamar nem chorar….
E…estamos,novamente caminhado em circulo…
Artigo muitissimo inteligente!