O Congresso Nacional efervescente, nos limites do possível é claro, no período militar, analisava a proposta do governo referente à Reforma do Judiciário, cujo relator era o Senador Acioly Filho, da melhor categoria dentre os parlamentares, feição austera, detrás de bigodes monárquicos, e de uma cultura invejável.
A quantidade de emendas lotava uma sala e ele debruçado sobre aquelas pilhas de papeis com ajuda de assessores.
Após estudos aprofundados dava os seus pareceres que iam sendo acumulados para compor o relatório final.
No entanto nas negociações com a oposição o assunto não fluía, por mais boa vontade que fosse por parte do Senador, o MDB (nesse tempo existia realmente oposição) não aceitava aprovar a matéria. Ninguém entendia o impasse, uma vez que se buscava a todo o momento atender às propostas oposicionistas.
Eu caminhava pelo salão verde da Câmara quando me encontrei com os Deputados Fernando Lyra e Freitas Nobre (líder do MDB). Falamos sobre o projeto (eu era assessor técnico-político da Liderança da Arena) quando perguntei qual era a solução a ser adotada para aprovar a matéria.
Fernando Lyra me disse: “Olha, esse projeto até que não é dos piores, mas é melhor rejeitá-lo porque se for aprovado logo em seguida virá a reforma politica e essa nós não poderemos de forma nenhuma aprovar. Assim o governo usa o seu ato de força para implantar essa do Judiciário e aproveita e baixa a politica também.” Isto foi feito e foi baixado o chamado Pacote de Abril que dentre outras medidas criou o Senador biônico.
Excelentes as matérias postadas