Faço uma grande diferença no campo do tecnicismo. É que com a proliferação do ensino superior, em face do mito distorcido de que a pessoa só conseguiria algum degrau na vida se tivesse um diploma universitário, ficou desprezado o ensino técnico no nosso sistema de formação profissional.
Com isto surgiram também no campo de trabalho, técnicos, na expressão exata da palavra, significando aquele que realmente conhece a matéria e o téquinico que se diz técnico sem ser….
E isto ocorre em todas as áreas ( publicas ou privadas).
Lembro-me na minha passagem profissional na Câmara dos Deputados, quando foi feita uma grande Reforma Administrativa em que alguns cargos eram extintos e outros foram criados e na arrumação das situações existentes ocorreram readaptações as mais diversas misturando carreiras de forma totalmente inadequada, de níveis e responsabilidades incompatíveis entre si.
Foi criada a carreira de Técnico Legislativo abrangendo todas as carreiras e cargos isolados antes existentes e não raras vezes deparamos com servidores que ocuparam funções de serviços gerais informando seu cargo atual como ” tecslativo”…
No cargo de Sub Chefe da Casa Civil governo do Presidente Sarney tive oportunidade de deparar com um Alto Escalão que em diálogo de cinco minutos repetia várias vezes, com toda a pompa e empáfia para o momento, que era um Técnico.
E tendo sido chamado pelo Presidente para participar de uma pequena reunião, sobre um assunto referente à minha atuação na área parlamentar tive que enfrentar o tal técnico, que realmente não era téquinico mas também não dominava a matéria com tanta maestria como desejava.
E lá pelas tantas, após algum debate, me diz: ” Eu não tenho condições de debater com o senhor que só pensa politicamente. Eu sou um técnico.”
Como a empáfia foi muito grande e a arrogância na voz e nos trejeitos maiores ainda, eu me senti no direito de responder na mesma dimensão:
” O senhor vai me desculpar em lhe dizer o que eu penso. Certos técnicos sabem cada vez mais sobre o menos e chegam ao ápice quando sabem tudo sobre coisa nenhuma.”
O Presidente,muito elegante, sorriu por dentro….e encerrou a reunião.
BOA!
Lendo o excelente artigo dohargreaves.com me lembrei do novo sistema de vestibular brasileiro.
A ideia do ENEM seria boa se soubéssemos quais os critérios adotados para a correção. Fiquei pasma ao saber que se o estudante acerta uma questão difícil perde ponto e se acerta uma fácil, ganha. Espécie de punição para o profundo saber ou meio de “achatar” o ensino? O incrível é que nenhum jornal ainda se manifestou com o absurdo. “Brasil, mostre a sua cara… quero ver quem paga pra gente ficar assim” (Cazuza).
obrigado pelo comentario.Somente agora tomei conhecimento dele em virtude de viagem.