Não pude deixar de publicar a materia postada em Gmail por Marcelo Magalhães a respeito de uma sequência de sequestros sofridos por um Boeing 707 da Varig e desviados para Cuba:
PP-VJX: O “EXPRESSO CUBANO”
por Marcelo Magalhães # Janeiro/2014 | Voltar
Acima: O PP-VJX em Miami, visto em 1979 (Foto: Ugo Vicenzi)
PP-VJX: O “EXPRESSO CUBANO”
por Marcelo Magalhães/AE
Caso único na aviação comercial mundial, o Boeing 707-345C PP-VJX, da Varig, foi sequestrado nada menos do que em três oportunidades diferentes – todas para Cuba, num intervalo de menos de seis meses! Estes eventos de pirataria aérea valeram ao avião o apelido um tanto sarcástico, por parte dos tripulantes da empresa, de “Expresso Cubano”.
O primeiro sequestro ocorreu em 4 de novembro de 1969, quando o ‘VJX fazia o trecho Buenos Aires/Santiago do Chile do voo RG863, originado no Rio de Janeiro (Galeão). Com 89 passageiros e 12 tripulantes e tendo à frente o veterano comandante Geraldo Werner Knippling, os sequestradores – nove homens e uma mulher – armados com pistolas, exigiram que o voo fosse desviado para Havana, quando já em altitude de cruzeiro sobre o pampa argentino, cerca de 30 minutos após sua decolagem de Ezeiza. Porém, como o combustível não fosse suficiente para um deslocamento direto à ilha caribenha, a aeronave prosseguiu para Santiago, onde além de ser reabastecida, uma mulher grávida e seu marido puderam desembarcar.
Os sequestradores declararam-se membros do grupo terrorista brasileiro “Frente de Libertação Nacional” e disseram que passariam por treinamento militar em Cuba para formação em técnicas de guerrilha.
Acima: O mapa do trajeto de ida e volta do primeiro sequestro do PP-VJX
Reabastecido, o ‘VJX decolou às 17h33 da capital chilena em voo direto para Havana, de cerca de dez horas de duração, aterrissando no Aeroporto José Marti às 1h28 da manhã do dia 5 (hora de Brasília). Durante todo o percurso, o comandante Knippling manteve contato via rádio HF com a Diretoria de Operações da Varig no Rio de Janeiro (até a vertical da Cidade do Panamá) e depois com Nova Iorque.
Além do comandante Knippling, compunham a tripulação do ‘VJX: Abel Flores, 1º oficial; Alfredo Sampaio, 2º oficial; Eiji Tookun, F/E e os comissários Eduardo Benfato, Valmor Book, Eliezer C. de Oliveira, Raya, Paulo C. Pereira, Aldo Rodrigues, Antônio Eduardo Souza, Shirley Wisse e Arlete Karylene Anneguim.

Acima: Em Nassau, Bahamas, o PP-VJX fez escala técnica, após ter decolado de Havana, no retorno ao Brasil.
Finalmente, às 18h26 do dia 6, o ‘VJX pousava no Galeão, sendo imediatamente cercado por soldados da Polícia da Aeronáutica, com os passageiros e tripulantes levados ao QG da 3ª Zona Aérea, onde foram interrogados até às 21h30.
Entretanto, a carreira de sequestros de que seria alvo o ‘VJX mal havia começado, pois o segundo voo forçado para Cuba aconteceria apenas três semanas depois…
O mapa, que mostra o segundo sequestro sofrido pelo PP-VJX, novamente para Cuba, em menos de um mês!
Dessa feita, o ‘VJX realizava o RG827 de Londres (Heathrow) para o Rio, com escala em Paris (Orly). Tendo decolado da capital francesa às 18h48 do dia 28 de novembro, quando passava sobre a vertical da cidade de Lago, ao sul de Portugal, um homem de nacionalidade argelina, armado com uma pistola e um punhal, invadiu a cabine de comando, anunciando o sequestro e demandando o desvio do avião para Havana. Encontravam-se a bordo 81 passageiros e 15 tripulantes, sendo estes últimos: Rubens Eichemberg Costa, comandante; Délio Lima, 1º oficial; Antônio Carlos Silva, 2º oficial; Válter Escobar, 3º oficial; Ivo Rocha da Silveira, F/E; Gustavo João dos Santos, F/E; Egon Baumer, navegador; além dos comissários de vôo Maurício Leal, Teodor Seldeger, Thomas Hardy, Aristeu Gomes de Sá, Fernando Albuquerque, Lauro José Bartor de Almeida, Altair Mazzucco e Leila Palmer.
Previamente ao pouso em Havana, uma escala em San Juan de Porto Rico foi realizada, onde o ‘VJX foi reabastecido e a tripulação munida de cartas de rota e de aproximação para a capital cubana (o “kit Havana” não era carregado nos voos da Varig para a Europa).
Em Havana, aonde chegou ao amanhecer do dia 29, o ‘VJX permaneceu por 19 horas e 23 minutos, tendo os passageiros e tripulação sido hospedados no Hotel Riviera. Antes, ainda no Aeroporto José Marti, passaram pelo tradicional interrogatório efetuado por agentes da polícia cubana, que solicitava de cada um o nome completo e profissão.




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DEPOIS EU COMENTO 1969 FOI 1 ANO ATIPICO PARA MIM, MEU DESQUITE, 4 FILHOS, COM ESPERANÇAS SÓ NA MÃE, POR ISTO FIQUEI MUITO SEM LER JORNAIS NO ALTO DOS MEUS TRINTA E POUCOS ANOS……E TRABALHANDO NO DNOS…….
Por isto são boas as reminiscencias para que a gente possa resgatar fatos …. Estou gostando de ver a frequência… abs