As diferenças de costumes, então, nem se fala…
Lembro-me da minha vida na Fazenda, convivendo com aquele povo simples, puro, ignorante, no sentido de conhecer muito pouco da vida e do progresso, que vive ali durante toda uma existência sem nunca ter tido oportunidade de novos horizontes…
Para eles tudo é azul… a maldade se restringe a pequenas coisas que para nós não tem nenhum significado e para eles é um “Deus nos acuda”…
Quer ver um campesino daqueles “virar bicho” é não convidá-lo para o velório de um amigo… É muita desconsideração..
Em Monte Sião, cidade sul mineira, me contou o saudoso amigo Jornalista e depois deputado federal Castejon Branco, que um cidadão que vamos chamar de Antônio, veio a falecer e o seu amigo João não foi convidado para o enterro.
No dia seguinte, ao chegar ao salão de sinuca, ponto de encontro principal, viu que todo mundo olhava pra ele com semblante zombeteiro. e nem imaginava a razão daquilo.
Passados uns minutos um deles se aproxima: “Oh João, ocê sabia que Totonho morreu? E ocê num foi convidado pro velório.. Eu num te vi lá!!!”
João ouviu aquilo com uma facada no peito. É uma ofensa imperdoável.
Partiu para a casa do falecido e se postou defronte a janela. Assim que a viúva apareceu ele atacou: “Boas tardes…. Totonho morreu né? E já foi inté enterrado né??” Ela triste respondeu :” É…. partiu..!!!”“ Pois oia aqui, prezo a Deus que morra um da minha famia que eu num vou convidar fié da puta nenhum da sua!!!” E ficou mais de um mês recolhido sem ir à rua….
Excelentes as matérias postadas