PROFESSOR FACHIN

Vale a pena pesquisar fenômenos de nossa cultura para concluir que temos muito que aprender…

Ontem, dia 12 de maio de 2015, passei minha tarde ouvindo as aulas de direito oferecidas pelo Professor Fachin, candidato ao preenchimento da vaga de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Homem sério, currículo acadêmico invejável, experiência profissional reconhecida e renomada, simples, paciente, educado não se perturbou em nenhum momento em responder as perguntas que lhe eram repetidas vezes formuladas.

O que me causa espanto é que não há uma regra, que estabeleça o limite de repetição do mesmo questionamento, que é feito unicamente para o orador aparecer na TV Senado. Rebuscando as notas taquigráficas da sessão poderá ser verificado que 70% das perguntas eram repetidas e já respondidas, e, em especial, a mesma impugnação por parte de um senador quanto ao exercício concomitante da advocacia, matéria já exaustivamente definida e interpretada pela Ordem dos Advogados do Brasil e da própria Constituição Federal. Mas o vedetismo implica em prolongar essa audiência por doze horas contínuas de exposição televisiva.

Outra grande denuncia era a de sua simpatia pelo PT, que importaria na parcialidade inaceitável de um magistrado.

Faltou melhor estudo por parte dos que assim se pronunciaram para conhecer os inúmeros Ministros que honraram aquela Corte e que se originaram da militância política. Epitácio Pessoa, Hermes Lima, Aliomar Baleeiro, Adauto Lucio Cardoso, Celio Borja, Oscar Dias Correa, Prado Kelly, Mauricio Correia, Nelson Jobim, Sepúlveda Pertence, Ayres Brito, Bilac Pinto, Paulo Brossard, Vilas Boas, podendo acrescentar Gilmar Mendes franca e abertamente vinculado aos chamados tucanos. Mas a mídia em busca de sensação batucava diariamente que o Professor Fachin é do PT, do MST, a favor do aborto, contra o casamento, todas imputações plenamente destruídas pelo seu brilhante depoimento. É incrível ter um assunto da mais alta relevância ser tratado de forma tão primária.

Como advogado sinto-me honrado de ver na mais alta Corte do nosso país um colega de profissão dos mais categorizados.