Já falei sobre isso e vou repisar..
Hoje, estamos vivendo uma triste etapa de nossa vida republicana com os fatos diariamente colocados à nossa vista e que no mínimo nos envergonham e entristecem por ver um país tão grande, tão rico e caminhando para um futuro que nem mesmo pode ser imaginado.
Vejo, no entanto, o povo sendo levado por obra e graça dos meios de comunicação que manipulam , principalmente as massas, no interesse empresarial e de suas conveniências políticas, de tal forma que grande parte da população participa, ativamente através das manifestações, sem uma liderança confiável, conduzida pela repercussão das matérias divulgadas.
Tivemos como exemplo os conteúdos das delações realizadas em segredo de justiça, até as suas homologações, publicados nas revistas semanais e posteriormente repercutidas nos jornais, sem a apresentação de nenhuma prova, mediante vazamentos ilegais e que se tornam como verdadeiros, de forma inconteste servindo até como fundamento na instrução processual e nas próprias sentenças.
O perigo está evidente, no que tange à confiabilidade e a segurança jurídica.
Recordo-me, da CPI denominada ” Anões do Orçamento” da qual constou uma acusação formal contra um parlamentar íntegro, competente, respeitado e que teve cassado o seu mandato, em função de uma suposta transação bancária em um país sul americano. A prova da acusação foi uma matéria publicada em uma revista semanal.
Passados vinte anos, tempo suficiente para a prescrição da ação criminal o repórter que àquela época postou a matéria vem a público e declara que tudo era falso e que foi feito por encomenda para cassar o mandato daquele deputado. Quando do processo ninguém procurou saber se as alegações angustiadas do então denunciado seriam verdadeiras, pois o importante é cassar porque aquela revista, que até hoje atua, divulgava os fatos como absolutamente verdadeiros.
Relembro esse episódio, que não foi o único, para alertar no sentido de que devemos, sim, bradar pela honestidade, se insurgir contra a corrupção e pela punição dos autores, sem complacência, mas nos informando devidamente e procurar agir somente quando estivermos muito certos da verdade e não percamos de vista o famoso Intertexto de Bertolt Brecht, que me permito transcrever mais uma vez (já postei em outra oportunidade):
“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”
Nossa que legal sua postagem!! esta gostaria de mandar para
Muitos dos meus amigos….pode? espetacular e triste….
obrigado Maria José. Claro que pode mandar para quem vc desejar.