Para a situação caótica em que vivemos resgato a manifestação de Carlos Drumond de Andrade em seu lucido poema.
Realmente, há de se falar que os valores morais, cívicos, sociais, políticos desapareceram, sem alternativas, ingressando em sombrio futuro, sem luz no final do túnel. Eu pergunto: e agora José?
As instituições se despencando, sem a preservação de suas finalidades fundamentais e o povo a tudo assistindo, às vezes até se conformando com essa situação deprimente, cada qual com suas convicções e se comportando numa disputa inglória que só terá um final: a derrota de todos. E eu volto a perguntar: e agora, José?
As manifestações dos que vão às ruas, com uma presença máxima de seis milhões de participantes, que corresponde a seis por cento dos eleitores e três por cento de toda a população que se julga com a legitimidade de falar em nome de todos os brasileiros garantindo que suas teses são a unanimidade da Nação, agredindo toda a classe politica , que de fato merece ser agredida. mas ao mesmo tempo,sem maiores convicções consagra procuradores, juízes e delegados federais como salvadores da pátria. É bom lembrar que embora sejam, ou pelo menos assim se supõe, altamente competentes e bem intencionados, não têm uma formação e experiência para assumir as rédeas do país. Para quem se interesse por um exemplo recorremos à operação Mãos Limpas, na Itália, que se transformou na ditadura do Judiciário ( procuradores e juízes) que deparou com situações muito semelhantes que as nossas culminando com milhares de prisões, saneando costumes, mas deixando um rastro de arbitrariedades de triste memória, tudo em nome da moralidade.
Procuradores, delegados, juízes e ministros dos Tribunais superiores, convocando entrevistas coletivas para comentar sobre os autos dos processos e suas decisões, em um espetáculo midiático, inclusive afrontando o nosso ordenamento jurídico que exige comedimento e discrição de sua parte. Pior ainda praticando ou permitindo vazamentos de atos processuais em segredo de justiça sob o olhar complacente de quem devia impedi-los de fazer. Por outro lado, magistrados em todas as esferas, publicando sem a menor cerimonia seus posicionamentos sobre os fatos e sem se considerar impedidos julgam a matéria parcialmente com base em suas convicções independente da juridicidade. Para muitos isso é a “sopa no mel” porque satisfaz as suas escolhas político-partidárias, mas para os que, como eu, se atrelam ao rigor das leis e a isenção na tramitação processual constitui motivo de lamentação. É muito triste ver o país caminhando para a anarquia quando tudo pode desde que eu goste.
Parlamentares a cada dia que passa são acusados de atos ilícitos e de má conduta.
Governantes completamente desarvorados incapacitados de conduzir o país deixando-o à deriva. Já em meados dos segundo ano de governo, a economia paralisada, o social cada vez mais deteriorado e a única ação que se tem é uma batalha politica unicamente voltada para a disputa do poder, entre o roto e o esfarrapado.
Alternativas colocada à mesa:
Impeachment da Presidente da Republica e substituição pelo Vice que estará sujeito à mesma disputa pelos opositores de hoje;
Afastamento da Presidente e do Vice com a posse do Presidente da Câmara que se encontra prestes a ser afastado por corrupção;
Posse do Presidente do Senado também réu, mas que se não for afastado deverá convocar eleição em noventa dias.
Caso isso ocorra teremos no mínimo dez candidatos sem nenhuma novidade quanto às suas identidades e o eleito, empossado já no meio do penúltimo ano de governo, gastará de dois a três meses para formar sua equipe o que lhe proporcionará dezenove meses de gestão, dos quais doze meses estarão reservados para sua reeleição.
E os interesses nacionais, ora esses; vão para os quintos dos infernos!
Por isso parodiando o velho Drumond, questiono:
E AGORA JOSÉ ?
É HENRIQUE UM MAFUÁ DOS MAIS TRISTES…..