PACIÊNCIA TEM LIMTES

No momento em que me preparava para um novo Post recebo uma mensagem de uma querida amiga da qual destaco alguns trechos:

“Estou tão chocada com tudo que está acontecendo no Brasil, vontade de ir embora daqui. Por enquanto não posso, mas sei que um dia vou…. ah se vou… Meu Deus que baixaria, que nojo, que horror tudo isso .Não sei o quê é pior, Dilma,Lula, Cunha, Renan e por aí vai………. essa lista com certeza não tem fim…….. E em Minas….o caos se instalou de vez….ou melhor, no sudeste todo…..cada um pior que o outro….. Nesse momento, fico a pensar o que Itamar estaria dizendo na tribuna? Eu não sei mais o que pensar desses caras, desses parlamentares, quem os colocou lá?Meu Deus para o ônibus que eu quero descer, não dá para assistir tv , não dá, não dá…..Essa comissão é patética, tudo é patético, eu sou patética de ainda ouvir.”

É um retrato, cópia autentica do pensamento do nosso povo.

Ontem em uma reunião social ouvia os comentários generalizados sobre o assunto do dia, o Impeachment, e alguém procurando alardear novos horizontes dizia que haverá uma guinada muito grande nesse descalabro a exemplo do que fez Itamar.

Quebrando meu silêncio, pois até aquele momento eu só ouvia, pedi permissão a todos para entrar no assunto uma vez que não iria deixar o uso do santo nome de Itamar em vão..

E, embora respeitando os posicionamentos de cada um destaquei um fato muito importante que era a autoridade e legitimidade de quem não conspirou, não se envolveu, não postulou e não traiu para assumir a Presidência e por isso tinha, como teve, todas as condições de formar uma equipe independente e sem negociações espúrias. Tínhamos sim, ministros políticos filiados a diversos partidos, mas escolhido por capacidade técnica compatível com o cargo e sem nenhuma submissão a partidos, tanto é que dentre eles, pelo menos quatro eram de legendas oposicionistas. E mais, somente no dia que foi chamado a assumir o posto é que o Presidente se dispôs a formular convites para os que deveriam integrar o seu governo.

Hoje, diferentemente, a dez dias da votação da admissibilidade do processo já assistimos a formação de Ministérios, dirigentes de estatais e agencias reguladoras pelos componentes dos partidos que lutaram pelo impedimento e pelos que desembarcaram na véspera da votação na Câmara. E o pior é que está escancarado o pagamento da fatura decorrente da cooptação de votos sem nenhuma preocupação da afinidade dos indicados para as funções a serem exercidas.

Pergunto então: o que podemos esperar disso aí?

E os prováveis investidores atentos à evolução dos acontecimentos e de quem tanto precisamos o que pensam disso?

Os empresários do ramo da produção, o que pensam disso?

E aparecem Presidentes de partidos apresentando o parlamentarismo como a grande solução, ou seja, o país ser governado por um Congresso que ostenta a figuração de 1/3 de seus membros investigados por corrupção, além do Presidente da Casa e substituto eventual da Presidência da Republica.

Quando vi que todo mundo ficou me olhando meio amarelo, senti que eu tinha transformado o aparte em sermão e parei…

Podemos a essas alturas parodiar Marcus Tullio Cícero no Senado Romano ( 46 A.C.) dirigindo-se a Lucio Sergio Catilina, político desonesto, cruel e manipulador:

Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?

“Quanto mais abusará da nossa paciência, Catilina? Independentemente de quanto tempo seja sua loucura você vai rir de nós?  A que extremos se há de precipitar a tua audácia desenfreada? “

Eu diria tudo isso aos Cunha e toda essa classe política que nos cerca..