Não consigo deixar de transcrever o texto do meu amigo Ari Cunha que do alto de sua lucidez nos brinda diariamente com belas lições:
aricunha@dabr.com.br com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL
“De 2005, quando veio à tona o escândalo de mensalão, para cá, o sistema político-partidário brasileiro, como um todo, começou a dar sinais de esgotamento e fadiga. Passada uma década, o processo se acelerou a tal ponto que tomou caminho sem volta. O passo seguinte para a decadência completa desse modelo de partidos e de se fazer política foi dado pelas gigantescas manifestações de rua, quando os políticos, de modo geral, foram impedidos de participar dos protestos populares, sendo inclusive hostilizados publicamente com cartazes do tipo: “não nos representam”. O bafo quente das ruas assustou muitos eleitos que preferiram ficar distantes do eleitorado.
Houve um ensaio tímido por parte do Legislativo e do próprio Executivo de acenar com algumas reformas cosméticas, mas que foram logo abandonadas, tão logo as ruas aquietaram. O fato é que o sistema partidário e, sobretudo, o modelo de governo de coalizão estão desmoralizados e não despertam mais o fundamental respeito por parte do eleitorado.
Com a delação, em cena agora, do operador na Transpetro, Sérgio Machado, o capital político dos partidos se desintegrou por completo. As lideranças políticas e respectivas siglas não despertam o ânimo e confiabilidade. O modelo vive os últimos momentos de existência. Qualquer pesquisa de opinião pública aponta a descrença acentuada em todas as siglas, inclusive, naquelas formadas mais recentemente.
Aos 35 partidos que se degladiam hoje no Congresso em busca de vantagens, devem se juntar outras novas 23 siglas em fase final de reconhecimento. Serão, então, 58 partidos literalmente divorciados da sociedade. O empurrão derradeiro para que essa miríade de legendas sem lastro foi dado justamente pelo Supremo Tribunal Federal ao considerar inconstitucional a chamada Cláusula de Barreira, que filtraria aquelas siglas que não obtivessem, pelo menos 5% do total de votos válidos para a Câmara e 2% dos votos em um terço dos Estados.
A delação de Sérgio Machado, vem mostrando, com clareza pedagógica a todo o país, o modus operandi dos partidos dentro da estrutura de governo do Estado. Para a maioria dos investigadores não restam dúvidas de que as legendas , na sua maioria, foram organizadas para saquear os cofres públicos, principalmente as empresas estatais. Pior, induziram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a lavar o dinheiro vindo dos dutos da corrupção por meio do álibi das doações “devidamente registradas” na contabilidade da Justiça Eleitoral.
O branqueamento desses recursos pode ter favorecido a eleição e reeleição desses partidos, mas para a sociedade, informada agora, da origem desses recursos, fica a certeza de que com companhias como estas, nossa democracia não seguirá adiante, pois não tem futuro.”
É isso aí…
É tudo muito triste… eu quando
Estudava o Brasil era um pais do futuro
Tinha uma freira, que dava aula de francês
E um belo dia saiu com esta frase, no Brasil tudo é grande menos o Homem
E eu morria de raiva dela..
O Jarbas Passarinho comentou comigo uma vez: nenhum mosquito é maior que o país. Mas a mosca azul é.. E realmente não tem coisa mais destruidora do que essa aí. A pessoa mordida perde todo o rumo da vida.