Fiz concurso público para integrar o quadro de funcionários da Câmara dos Deputados em 1961 e lá permaneci por longos 32 anos com minha aposentadoria em 1994.
Durante todo esse período me orgulhava de trabalhar na sede um Poder que era o baluarte da sociedade brasileira, e que respondia aos anseios da população com seriedade oferecendo as soluções necessárias para o desenvolvimento e estabilidade política, econômica e social do país. As bancadas partidárias eram constituídas em sua maioria por personalidades que se faziam respeitar por suas atitudes e seu comportamento. Dificilmente via-se falar de corrupção no âmbito da Casa ou de seus integrantes.
Veio então o ano de 1964, com a eclosão do movimento militar que em exagerado expurgo dos quadros políticos, por razões ideológicas e partidárias, mediante a cassação desordenada de mandatos desintegrou por completo o nosso parlamento. E a culpa disso não foi totalmente dos militares, que sem formação política deixaram-se levar pelo aconselhamento de um grupo que, ávido pela tomada do poder, não mediam esforços nem limites para a destruição dos seus adversários, aproveitando a oportunidade de, através da força momentânea do seu alinhamento com o Comando Revolucionário, buscar o que não conseguiriam através do processo democrático, das urnas. Por ironia do destino também eles acabaram sendo expurgados mais tarde e os que não foram cassados terminaram atingidos pelo tempo muito superior ao que imaginavam que duraria a intervenção militar.
Não diferente do que se esperava que viesse acontecer o processo de redemocratização foi conduzido por líderes desgastados em face do processo punitivo, beneficiários da anistia, e outros, iniciantes, sem nenhuma tradição da vida política , buscando através da reforma constitucional estabelecer um sistema hibrido, presidencialismo parlamentar, terminando por aprovar um texto que, com muita razão foi rechaçado pelo Presidente José Sarney afirmando que a partir dali o país seria ingovernável. E na realidade, desde então, não se teve paz social, estabilidade econômica ou política, comprovado pela interrupção de dois mandatos presidenciais em 20 anos através de impeachment. As denúncias passaram a ser o prato do dia. Inquéritos e delações tomaram conta do quotidiano.
O Congresso, aquele ao qual eu me referia, passou a uma fase de desgaste que nem mesmo os seus integrantes o respeitam. E nem mesmo nele acreditam. A todo o momento vemos parlamentares, bancadas e partidos recorrendo ao Supremo para ditar normas internas. O Judiciário, até mesmo de primeira instância vem sendo acionado para decidir sobre apresentação de emendas a projetos, sobre trabalhos de comissões, voto secreto ou aberto, enfim toda a dinâmica legislativa passa a ser organizada e disciplinada por Juízes, isto quando qualquer procurador não se mete a deitar ordens. Esses nem recomendam mais, simplesmente ordenam!!
A questão maior é que essas autoridades do Judiciário e do Ministério Publico gostaram da ideia e a todo momento ficam dando “ pitacos” em cima do Congresso e aí vem a revolta das “ vestais paridas” proclamando a independência e a soberania vendida por eles mesmos.
Como se diz no Direito é hora de chamar o feito a ordem. Vamos organizar essa baderna para que haja um fim.
Ah, que saudade !!
Tá danado….
Bota danado nisso!!!!!
Ainda estou boquiaberta com sua anterior postagem esta
É de dar saudade e chorar….valeu
É verdade…. com os tempos o que se esperava era que as coisas melhorassem, mas…..Eu gostaria de saber um pouco mais quanto a te deixar boquiaberta, na anterior..