VOTAR?

Estamos entrando na reta final do funil que vai decidir o futuro imediato do nosso país. Dependendo do resultado dessas eleições poderemos nos aventurar a sorrir ou chorar copiosamente. Uma coisa é certa, Deus não vai permitir que continuemos nessa angustia diária de não saber o que pode ocorrer a qualquer momento a não ser que nos tenha escolhido para espiar os desatinos da humanidade.

Os valores morais, éticos, humanitários, foram todos absolutamente renegados. Perdeu-se a cerimonia de praticar o mal. As notícias do quotidiano são sempre as mesmas e referentes ao desmando, ao crime, aos tráficos, improbidades, anarquias e a desmoralização da sociedade. A família passou a ser algo meramente decorativo e a mídia, seja através das novelas, dos filmes ou livros, trata da relação domestica tradicional como algo ultrapassado pregando modelos que mais se assemelham aos épicos do Império Romano no tempo de Calígula ou de Nero.

Mas o que tudo isso tem a ver com as eleições?

Tem tudo a ver na medida em que pelo comportamento a ser visto nas urnas teremos o indicativo do que o brasileiro quer do seu país.

O problema mais grave do momento é a incógnita eleitoral em que a única coisa que se conhece é o que é vendido pelas pesquisas publicadas com a inclusão de candidatos selecionados pela mídia tendo ou não possibilidade de concorrer.

Dos já indicados oficialmente o que se conhece até o momento? Qual o projeto de governo já apresentado? O que nós, pobres eleitores sabemos de propostas para tirar o país dessa conjuntura diabólica que vivemos? Só se fala em alianças do ruim com o pior, as alternativas são as mesmas de 10 a 20 anos e não se conhece uma liderança nova em condições de empolgar os eleitores que clamam, pelo menos por uma saída honrosa.

A Rede Globo em louvável iniciativa convocou a população a se manifestar sobre o que deseja para o Brasil do futuro.  As respostas, com algumas variáveis, são focadas em Educação, Saúde e Segurança fazendo com que os postulantes aos cargos eletivos se agarrem nesses itens sem nenhuma solução ou mesmo propostas viáveis para equacioná-los. Só lá, lá, lá…

Sou de uma época em que o ensino público era a nata da Educação no país. Os estabelecimentos particulares eram minorias e por razões talvez inconfessáveis os governos sucessivamente foram permitindo o desaparelhamento da Escola Pública traçando o seu novo destino, em prol das populações carentes e por ser gratuita, com ensino decadente, conformando-se com a distribuição de merenda escolar de qualidade e regularidade discutível, com o êxodo das classes alta e média para as milionárias redes de ensino privado.

No entanto, os “ gênios” políticos, não entendem que quando se fala na Educação é no renascimento da Escola Pública, do aparelhamento e manutenção do ensino visando a formação dos jovens que é obrigação de qualquer governo ao invés de fórmulas miraculosas que acabam por proporcionar o surgimento de uma geração que cada vez sabe mais sobre o menos e quando chegam ao ápice sabe tudo sobre coisa nenhuma, conformando-se ao que é ditado pelos Facebookes e congêneres.

Sou de uma época em que o Hospital Público e as Santas Casas de Misericórdia eram, também, a nata da saúde no país, como o HSE (Hospital dos Servidores do Estado) com uma equipe médica invejável e um aparelhamento do que havia de mais moderno e que graças ao descaso dos governos foi tornando-se decadente o que fez com que os profissionais responsáveis pela sua eficiência fossem se desligando e formando novas equipes em Hospitais particulares. Hoje, quando se fala em saúde pública é com muito desprezo. Mas os discursos são cheio de promessas vãs e sem nenhuma proposta válida. O aparelhamento político da Saúde Pública, impede qualquer iniciativa válida de racionalização dos serviços sempre barrada pelo corporativismo. Por isso, assistimos a desistência do candidato ao Governo de Brasília, em primeiro lugar nas pesquisas, Ex-Secretário de Saúde, Dr Jofran Frejat, que declarou publicamente que não iria vender sua alma ao diabo e fazer alianças espúrias para ser eleito, uma vez que ninguém pensa na cidade, tudo gira em torno do interesse próprio.

Lembro-me quando participava do Governo do saudoso Presidente Itamar Franco, cujo governo,  embora de pouca duração, e, diga-se de passagem,  sem nenhuma denúncia de corrupção,    teve na Educação à frente da Pasta um emérito Professor Murilo Hingel,  educador nato, que entendeu de sustentar e garantir  o ensino básico e médio, função principal do Ministério da Educação, construindo em várias partes do país os CIACS e o retorno a distribuição do livro escolar, sem se descuidar das Universidades que deveriam,   na minha opinião,  integrar o Ministério de Ciência e Tecnologia.    Na Saúde reforçou   a cogestão publica privada, proposta pelo Dr Aloysio Campos da Paz, com a Rede Sarah que ainda é um modelo do bom atendimento e que poderia ter se multiplicado com outras redes lançando  ainda,  a fabricação dos medicamentos genéricos, pelo Ministro Jamil Haddad, para estabelecer uma concorrência com as multinacionais que dominavam o mercado de forma absoluta e submetiam a população aos preços que bem desejavam. E os Hospitais Públicos tinham gerência de forma a não permitir episódios como o divulgado pelos jornais sobre a morte de uma idosa que em estado deplorável era observada à distância por uma médica impassível dedilhando um celular e se recusando a atende-la sob a absurda alegação de não ter ainda recebido uma ficha para atendimento. E no Governo de Minas Gerais nomeou para a Secretaria da Saúde o General Carlos Patrício de Freitas Pereira, cuja gestão é ainda lembrada como uma das mais eficientes. Quero mostrar é que tendo interesse público e honestidade tudo pode ser feito.

Agora, vão começar os debates que espero e peço a Deus que não seja a repetição de 2014 quando a vontade era a de desligar a TV, pois ninguém dizia coisa com coisa e apenas ficavam trocando farpas para ver quem sabe xingar mais que o outro.

A TV Cultura de São Paulo em seu Programa Roda Viva iniciou a presença dos pré-candidatos a Presidência da República, com Jair Bolsonaro. Nos quatro blocos da entrevista pouco se permitiu que o candidato apresentasse algo de concreto sobre um possível governo. A equipe de jornalistas entrevistadores, com raríssimas exceções, se preocupou apenas com perguntas referentes à sua vida como militar, se xingou ou não xingou alguém, se era homofóbico, se era violento, quantos projetos apresentou como deputado federal, enfim, a depender dessas apresentações ninguém vai  dizer ao que veio.. Deve ter saído de lá arrependido de perder tanto tempo para nada..

E, nós? Votar e esperar….

Excelentes as matérias postadas

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