Estou a pensar no resultado da euforia que tomou conta dos brasileiros após as eleições, augurando pelas mudanças absolutamente necessárias para salvar o nosso país do caos que se aproximava. Mas, o que nos preocupa é se o nosso povo está realmente preparado e disposto a apoiar todos os atos que serão indispensáveis para promover essa mudança.
Infelizmente é da cultura humana os mandamentos da chamada Lei de Gerson que é levar vantagem em tudo e ninguém é mais favorável que isso aconteça do que o próprio Governo.
Thomas Malthus um economista inglês, no século XIX, desenvolveu uma teoria sobre o crescimento populacional e a produção de alimentos, em que pregava que a produção de alimentos crescia de forma aritmética, enquanto o crescimento populacional crescia de forma alarmante. Propunha uma política de controle de natalidade para que houvesse um equilíbrio entre produção de alimentos e população, por entender que a população iria crescer tanto que seria impossível produzir alimentos suficientes para alimentar o grande número de pessoas no planeta. O problema é que algumas das soluções oferecidas eram inaceitáveis pelo seu caráter antiético, desumano e inviável, razão porque sofreu grandes resistências e até mesmo repudio, apesar da tese apresentada ser válida e incontestável.
É verdade que não levou em conta o progresso que ocorreria no século XX com a modernização do processo produtivo, embora isso só não se afigura como bastante para desmoralizar a tese do economista britânico. Hoje vivemos um quadro que se aproxima ao preconizado e por isso mesmo há que se conviver com a realidade e estar pronto para enfrenta-la.
Fala-se muito no equilíbrio econômico e as fórmulas mágicas para recuperá-lo emergem abundantemente, sendo que as correntes que compõem a maioria dos economistas nos últimos tempos adotam as do caminho mais fácil através da tributação, que já atingiu a níveis insuportáveis. O setor produtivo, no entanto, por sua vez além de suportar os altos impostos que lhe são cobrados não tem um meio de financiamento compatível com o equilíbrio que se busca, deparando com o mais alto spread bancário do mundo, com juros da ordem de 343% ao ano, enquanto os bancos apresentam lucros incríveis de dois bilhões de reais por trimestre.
A palavra de ordem dos novos gestores, do governo que se instalará em janeiro próximo, é a da venda de ativos e reformas estruturais, ou seja, aumentar a disponibilidade de recursos para zerar as suas contas.
Mas, de nada valerão essas providencias se não levarmos em conta que o desequilíbrio não vem da arrecadação, mas sim da despesa, pois não é de agora que o Governo gasta muito além do que dispõe.
Como resultado as providencias necessárias não vão agradar, principalmente no serviço público que mantém uma folha de pagamento muito superior que a do setor privado e um corporativismo incontrolável resistente a qualquer tipo de reforma que venha a esbarrar nos seus ganhos.
Como exemplo vemos a reforma da previdência que a olhos nus demonstra ser imprescindível diante do descalabro de suas contas. Dentre as soluções além do ajustamento da idade limite para aposentadoria fala-se do aumento da contribuição em dois por cento mensal para os servidores.
O limite da idade hoje previsto foi estabelecido diante de uma expectativa de vida muito inferior a atual o que esbarra no cálculo atuarial cujo fundamento é a de ativos contribuindo para o sustento dos inativos. Entretanto o contingente de aposentados está muito além do que se previa tornando-se insuficiente a sustentação por parte dos ativos. Por essa razão foi criada no governo de FHC o pagamento da contribuição previdenciária de 11 % pelos aposentados buscando minimizar o déficit do sistema, sem que isso fosse a solução para o problema pois o servidor paga um percentual do provento que recebe e que sai da conta da própria previdência.
Fala-se também em capitalização da previdência, ou seja, o trabalhador irá contribuir para a sua própria aposentadoria e os atuais aposentados seriam sustentados pelo tesouro contribuindo 14% ao invés de 11%. Como solução garantidora do seu provento, dois por cento a mais não seria nenhum desastre. Mas, não há essa disposição de compreender essa matemática e o caminho que se busca é o do protesto, dos movimentos de paralização e do enfrentamento.
A reforma trabalhista busca um equilíbrio nas relações entre o capital e o trabalho com o objetivo maior que é o da eliminação do desemprego, buscando ainda ajustar a anômala situação em que o salário é pouco para quem recebe e muito para quem paga.
Mas, a dúvida é saber se buscando essas ações, inadiáveis, inevitáveis para o país, Jair Bolsonaro continuará sendo o mito, o líder, o amado por todos os que clamavam por sua chegada à Chefia da Nação.
Esperemos que sim, que os que foram às ruas voltem a se manifestar com a mesma força em favor da governabilidade e apoio às medidas tomadas em favor do nosso engrandecimento e entendendo que o Presidente sofre tanto quanto a população para tomar essas providencias.
Para a conscientização que se faz necessária é preciso que a comunicação social do governo trabalhe com muita eficiência através da mídia e das redes sociais com transparência, transmitindo honestamente, sem subterfúgios as ações a serem executadas enquanto a sociedade confia nos propósitos da nova equipe de recuperar a economia em prol do país e não dos bolsos de seus governantes e afins.
Caso contrário a lua de mel terminará.
Que às mudanças cheguem logo e às reformas também!!Vamos torcer!!!
Nessas alturas além de torcer rezar….ô bruxa solta!!!!
A incompetência, acredite, já destruiu mais políticos que a desonestidade.
O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta.
Maquiavel
✔️Fato nu e cru nos dias de hoje.