Li, em um site, maravilhoso texto assinado por Adriana Giampietro, já bastante badalado por sua excelente qualidade, mas que tomo a liberdade de transcrevê-lo, inclusive com a ilustração de imagem, de uma edição da Tribuna de Barueri, a cujos autores peço licença para divulgar, principalmente para ter oportunidade de analisar os comentários a ele postados.
” Eu nasci poucos anos depois do fim da última grande guerra, e desde pequeno ouço falar que a Terceira Guerra Mundial provavelmente iria dizimar grande parte da raça humana. Acho que chegamos nela e nem nos demos conta disso. A diferença é que eu, na minha inocência, acreditava que seria uma briga de algum país rico,contra outro país rico, em busca de alguma riqueza maior ainda.Que esses países inventariam bombas terríveis e com toda força bélica iriam demonstrar quem era o mais forte… Errei… Errei feio… Descobri que o país mais forte na terceira guerra mundial, não é o que tem mais armas de fogo. Não é o que investiu em força bélica, ou armamento nuclear. O país que vai ganhar a guerra é aquele que soube investir na ciência, na saúde e em sua infraestrutura hospitalar, porque o inimigo não morre com um tiro, ele é invisível. Mas, em uma coisa eu estava certa…Muitos vão morrer. Essa guerra está aí para inverter valores. Veja: o petróleo, sem consumo, não vale nada, não é mais ouro negro como sempre disseram… O ouro hoje é em gel, e transparente… E só serve pra desinfetar.
Shoppings fechados, lojas desertas. Pra que comprar, se ninguém vai ver a bota nova comprada na loja cara logo no lançamento da Coleção outono-inverno?
Carros caros que não saem das garagens. Viagens desmarcadas. A Disney perdeu o encanto e o Donald, dessa vez o Trump, pede para que os americanos fiquem em casa.Em todas as línguas a palavra mais falada é essa mesmo “casa”… Que ganha um novo significado, além de morada vira “abrigo”.
A muralha da China não impediu que o vírus se espalhasse. Deixamos todo o trabalho em cima das mesas e de um dia para o outro, tudo parou… Tenho a sensação de que não me despedi de ninguém…Fico imaginando que eu não posso perder ninguém, nem ir embora desse mundo sem me despedir. Será que abracei o suficiente? Será que disse a todos o quanto eu os amo. Não sei… Essa Guerra me deixou sem chão, verdades tão óbvias apareceram e quebraram paradigmas. Precisou que o mundo parasse e o vírus ameaçasse nossa sobrevivência para que os pais percebessem que educação se faz em casa. E que escolas são centros de socialização. Que ensinar não é fácil e que professores são muito mais heróis do que aqueles que o cinema mostra.Que os mitos estão nos hospitais, de máscaras e sem condições de trabalho e não no Planalto onde a idiotização das pessoas toma forma humana e sem escrúpulos.
Se você aprendeu com a sabedoria dos mais velhos, sorte a sua, o mundo depois desse tsunami será mais jovem, com menos rugas e menos sábio… Ou talvez a sabedoria apareça nesse tempo, desde que ele sirva para entendermos que viagens foram canceladas porque a grande viagem que deve ser feita é pra dentro de nós mesmos. Para que você entenda que o importante não são os custos, mas os valores. Que essa guerra sirva pra que você reveja seus conceitos, entenda que rico é o trabalhador, sem ele não existe riqueza. Que sem o homem a natureza é mais feliz e o céu mais azul. Que amigos usam a tecnologia pra se fazer perto e que não existe distância para aqueles que se amam. Que vencer uma guerra no sofá é uma benção e está em suas mãos. Sua casa é sua trincheira e na terceira guerra mundial a granada mais perigosa é água e sabão. E quando passar, olhe pra essa quarentena e veja que ela foi apenas o tempo de incubação, que você precisou para renascer.”
Belíssima lição de vida que merece ser entendida em todo o seu contexto e sem buscar questiúnculas inúteis que possam desviar do seu foco principal.
Vou também citar alguns comentários que foram postados e me permitir destacar a fragilidade das pessoas que ao invés de usufruir dos valores que são oferecidos preferem buscar questionamentos sobre detalhes de menor importância diante de tema tão relevante.
Inicialmente quanto à autoria, se verdadeira ou se reveste de cópia ou clonagem.
Alguns comentários
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Vejo um texto belo, coerente, oportuno e para excelente para relexão .Não acusa países nem pessoas. Merece o meu respeito, me estimula a rever conceitos e valores-Frederico
- Desculpe-me a este Senhor, mas o que mais importa é o autor do texto ou a essência de cada palavra colocada . Acho que nesse momento em que o mundo passa por grandes transformações, o essencial se torna invisível ao olhos.- Angel
- Sensato… As pessoas estão mais interessadas em descobrir o autor pra desmascarar alguém e não refletir e até mesmo crescer com a mensagem passada. A evolução parece estar restrita a poucos…Geane Santana
- Parabéns! É isso mesmo,as pessoas precisam de mais quarentenas para aprenderem a curtir e refletir sobre esse lindo texto.Quem o escreveu?pouco importa é lindo e descreve o momento. Maria das Graças
- Ela publicou no facebook e de lá o texto viralizou.
É minha prima e os textos dela são todos assim, fazem pensar e emocionam.Luana Giampietro -
Na vdd o texto é lindo e não importa o autor, mas achei estranho ela descrever como “quando era pequeno“, se o texto fosse dela ela escreveria “quando era pequena. Lilia
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Deixo a critério de cada um absorver ou não as reflexões exaradas pela Autora.
Sensacional!!
Também achei. Seria bom que todas as pessoas que tomaram conhecimento dele fizessem a necessária reflexão..
Mariana Hargreaves,sensacional e verdadeiro! Espero que em breve possamos acordar dessa terrivel realidade…
Corrigindo: desse…
Olá.. o problema maior está não só na pandemia, mas principalmente nas pessoas. A triste realidade que deve mudar é exatamente o comportamento da humanidade. Infelizmente parece ter sido necessária uma tragédia desse tamanho para acordar..enfim..
Excelente reflexão! Afinal quem diria que o inimigo seria invisível!?
Pois é… o problema maior é se ele realmente for invencível.. Isso sim será um desastre que não podemos desejar.