Daí, mantendo a responsável observância do recolhimento domiciliar, a alternativa foi especializarmos em cinemateca televisiva.
Dentre as várias opções adentrei, pela Netflix, no universo do cinema turco, com resultados surpreendentes devido ao nível apresentado de ótima qualidade. Destaco um seriado, Ressurection Ertugrul que apesar de seus 390 capítulos é rico em informações, pois se trata da história do povo islâmico e suas constantes lutas. Nessa história o diálogo foi substituído pela espada e as vitórias contabilizadas pelo numero de corpos. Diziam que a guerra era a politica com sangue e a política era a guerra sem sangue, embora essa última nem de longe ocorria por lá.
Além desse também o cinema Dinamarquês com o seriado Borgen , que relata os bastidores da política daquele país, espelhando a atuação dos integrantes do Parlamento, com suas artimanhas próprias e articulações tendo o Poder como objetivo; as dificuldades e peripécias da Primeira Ministra e as armadilhas operadas pela imprensa provocando um conflito interno fantástico que acaba nos prendendo a atenção de tal modo que nem damos conta dos seus trinta capítulos.
Nessa, não há ocorrência de contendas sangrentas que são substituídas pelas negociações partidárias permeadas de traições e corrupção, em alto nível, com resultados inesperados, mas cheios de chantagens e outras marolas bem conhecidas nos nossos dias.
O que me chama a atenção é que na diferença de sete séculos, desde as origens mulçumanas até o Parlamentarismo dinamarquês os procedimentos deletérios não deixaram de acontecer, embora com aparências próprias de cada época, mas com o mesmo sentido e os mesmos objetivos.
Por incrível que possa parecer também ocorreram lá nos anos de 1300, epidemias criminosamente armadas por envenenamento para dizimar tribos inteiras.
Lamentavelmente somos levados a acreditar que as práticas sempre foram as mesmas só mudando os endereços.
E por falar em epidemia, embora não desejasse , sinto-me obrigado a falar na nossa pandemia que além da terrível doença que conduz traz em seu bojo uma sequela psicológica verdadeiramente caótica, não só pelas falsas e alarmantes noticias sobre sua expansão, mas também pelas açodadas informações sobre a sua cura, em face dos descobrimentos e evoluções das vacinas, que acabam trazendo excessivas esperanças e muitas das vezes se revertendo paras as desesperanças.
Hoje estive vendo umas considerações muito válidas por especialistas na matéria.
Chamam a atenção para um fato básico para a o alcance da imunização com as vacinas já em acelerada produção. É que, há um longo caminho a ser percorrido entre a fabricação e a aplicação.
A nossa excitação na espera da bala de prata contra esse mal, não nos faz raciocinar sobre o transporte dessas bilhões de doses do imunizante que exige inclusive uma estrutura de baixíssima temperatura, em alguns casos até 80 graus negativos, e que não são exigidos apenas no local de sua utilização, mas também durante o envio.
Sem especular muito sobre a natureza da operação que tem que ser feita com gelo seco que traz certas restrições em ser usado nas aeronaves , também nos leva ter em conta o transporte em lombo de burros nas longínquas aldeias em todo o mundo, nas localidades que nem estradas têm para a passagem de caminhões frigoríficos. Por isso já se fala, até, na utilização de drones.
Peço a Deus, que não tenhamos de conviver também com a ação criminosa de desvios irresponsáveis do produto e da incompetência dos gestores, uma vez que essas vacinas, pelo que foi noticiado, são de duas aplicações em período certo, o que exigirá uma logística que deverá funcionar como um relógio no controle dessas campanhas.
Quando vemos denúncias, no Brasil, estoques de milhões de testes , caríssimos, armazenados e próximos a perder a validade, além de equipamentos de alta geração de tomografia computadorizada que foram adquiridos e ficaram sem utilização por mais de dez anos em Hospitais de Brasília não temos como evitar um pânico a nos assolar.
Mas ELE há de nos ajudar.
Excelentes as matérias postadas