Parentes

Em época de pandemia somos levados a buscar os mais variados temas para discorrer como forma de ocupar nossas cabeças e não as deixar no vazio à mercê do célebre ditado; “cabeça vazia é oficina do diabo”.

Assim é também o procedimento dos apresentadores de programa televisivos que buscam criar ou mesmo importar quadros para preencher os seus espaços, afetados pelas restrições de eventos presenciais. Nessa direção, vemos apresentações de cantores, jogos, humor e também quadros de cunho social, como o de encontrar parentes distantes de telespectadores que buscam ajuda por estarem longos anos sem um contato sequer e outros que não tiveram a ainda a oportunidade nem mesmo de conhece-los.

Dentre todos, essa busca de parentes me chamou a atenção.

 Acho muito importante, socialmente avaliando, a consolidação familiar, além da alegria desse encontro entre filhos e pais, irmãos e irmãs, netos, sobrinhos, de modo a não permitir um afastamento definitivo por falta de interesse ou mesmo de condições financeiras, sociais etc.

Mas, nem sempre a jornada é fácil e muitas vezes acabam misturando alhos e bugalhos.

Pitoresco, mesmo, no entanto é o surgimento de “parentes” quando alguém assume um cargo de relevância politica ou empresarial, e especialmente no Governo.

No meu caso, assumindo a Chefia da Casa Civil da Presidência da República, tive oportunidade de ser abordado por alguns realmente autênticos, mas, também de outros que “viram o galo cantar, mas nãos sabiam onde”.  A experiência ensinou-me a administrar essa situação e o primeiro passo é lançar a memória de uma suposta matriarca para avaliar a reação do interlocutor.

O parente, autentico, simplesmente dirá que não sabe de quem se trata. Já o segundo, o “parente” esse não deixa “a peteca cair”, e imediatamente inicia o relato de uma longa história a respeito da líder do clã, tomando conta do espaço. Coerente com a estratégia traçada continuo nessa direção, adicionando outros nomes para alimentar as peripécias daquele que procura investir “no primo” para abrir as portas para seus intentos. Ao final das conversas, tivemos com o primeiro, o autêntico, uma prazerosa conversa e com o segundo, o “parente” conseguimos criar um novo ramo da família com nomes que nunca existiram, e a certeza no seu íntimo que o caminho estava aplainado, sem saber que de concreto ficou a ordem à recepção para barrar a sua entrada quando voltar a me procurar.

Por isso ganha importância uma árvore genealógica, embora a sua organização não seja também uma tarefa das mais amenas

Na minha família um primo muito dedicado e competente, o Dr Charles Pullen Hargreaves, ofereceu um belo trabalho da evolução familiar desde os imigrantes ingleses que aqui aportaram até os nossos dias interrompendo o trabalho por volta do ano de 1968,   , não sem antes, com muita delicadeza me comunicar o fato propondo que eu desse cabo da missão de continuar aquela incumbência.

Efetivamente por falta de tempo e até mesmo de competência lhe disse da impossibilidade de assumir esse compromisso, mas que sairia à busca de alguém com essa disposição.

Infelizmente, Charles faleceu sem poder constatar que o seu trabalho teria continuidade, como de fato não teve.

Hoje, chega a ser doloroso não poder ter ao menos uma ideia de quantos somos, quem somos e quanto seremos.

Não que eu vá assumir essa responsabilidade, mas ficaria imensamente grato se pudesse receber, apontamentos genealógicos de nossa família, a partir de 1967.

Se cada ramo se desincumbir da missão de relatar e detalhar o seu crescimento nesse período, quem sabe poderemos atualizar o compêndio generosamente deixado por Charles para a posteridade.

A resposta poderá ser dada em forma de um comentário a esse texto que é dirigido a quem quer que seja que ostente o sobrenome Hargreaves ou que a ele seja relacionado.

Feliz Natal…

Excelentes as matérias postadas

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