Em 2015, postei um Poema de Monteiro Lobato intitulado ” O urubu e a vitória régia” de grande conteudo literario e filosófico.Ocorre que, se tratava de uma transcrição de matéria publicada em um site de responsabilidade de Rosânia Bastos, o que me levou ao equivoco de registrar o nome da autora da postagem, como se fora a autora da poesia.E além disso não percebi que não se tratava de um publicação integral do Poema, o que fez com que a minha postagem saísse eivada de imprecisão.
Felizmente, hoje, após seis anos fui generosamente alertado por um visitante no nosso site, sob o pseudônimo de ” Anonimo”, o que motivou a imediata correção da falha com a republicação devidamente corrigida, não sem antes registrar a feliz iniciativa da postagem na qual me inspirei em memorizar a esplêndida peça de Lobato.
O URUBU E A VITÓRIA-RÉGIA
(Monteiro Lobato)
Pobre urubu, certo dia
Foi justamente pousar
Sobre uma pedra que havia
Às margens do “Rio-Mar”.
E onde vivia reinando
Com todo o seu esplendor,
A linda Vitória-Régia,
Vestida de nívea cor.
-“Benditas sejas, Vitória,
Rainha de graças mil,
– disse o urubu – eu te aclamo
Flor das flores do Brasil”.
Ia ficar sem resposta, a saudação
Mas, ao fim, a altiva VitóriaRégia voltou-se e falou assim:
-” Olha lá como me falas,
Ó atrevido urubu,
Ante minha majestade,
Ó infeliz, que és tu?
Quem és tu que não te curvas,
Negro da cor de retrós,
Messa melhor a distância
Imensa que há entre nós…
E ainda mais não te esqueças,
Da cor da neve nasci,
Filha do Rei Amazonas
Sou eu quem domina aqui…
E quando o sol me tinge a face
Com o mais custoso carmim,
Qual a rainha da terra
Que tem uma face assim? ”
O urubu caiu das nuvens,
Tão espantado ficou
Que só depois de passado
Um longo tempo assim falou:
-” Que nasceste da cor da neve
E que és rainha, sei bem, mas
Não te esqueças, vaidosa, que
Nasci branco também!
E ainda mais não te esqueças que,
Embora eu ande assim, de léu em léu,
Tu vives presa no lodo
E eu vivo livre no céu…”
Monteiro Lobato
Monteiro Lobato sempre foi um sábio!No livro, O Escândalo do Petróleo ele descreve com maestria o que estamos vivendo ………
Bem lembrado, mas esse assunto ainda vai render.. é o caso da tal caixa preta, que vai muito além das corrupções.
Conheci esse poema na década de 1960.
Conheci esse poema na década de 1960.
Eu gravei essa poesia qd criança, sei até hj, tive uma primeira experiência crítica por meio dele, gosto muito.