Embalado pela tranquilidade dos justos, transcorria o mês de janeiro, já apelidado como o de férias, quando sou surpreendido por uma visita inesperada e porque não dizer, incômoda.
Durante vinte anos, nossa fiel colaboradora Alessandra, profissional competente, mãe extremosa, involuntariamente acaba de compartilhar comigo a proeza de conviver com o famigerado vírus ômicron.
Graças, no entanto, ao Plano Nacional de Vacinação, que nos é proporcionado pelo Ministério da Saúde, tínhamos sido imunizados, ela, com as duas doses e eu com as três (duas AstraZeneca e a de reforço da Pfizer) e a contra a influenza H1N1, tivemos o privilégio de sentir a estadia inóspita, de forma amena e equivalente a um resfriado simples.
Por essa razão, temos que externar nossa gratidão ao Presidente Bolsonaro por ter disponibilizado recursos necessários para a aquisição dessas vacinas que garantem nossa vida. Conforme nota do Ministério da Saúde a “campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil segue a todo vapor. E tem mais notícia boa chegando: o país completou, nesta quarta-feira (5/01), a aplicação de mais de 330 milhões de doses de imunizantes.
Do total aplicado, 115,6 milhões são de doses da AstraZeneca; 103,9 milhões da Pfizer; 84,2 milhões da CoronaVac; e 4,8 milhões foram produzidas pela Janssen.
Ainda nesta quarta, o Brasil ultrapassou a marca de 390 milhões de doses distribuídas aos estados e ao DF. Com isso, mais de 81% da população-alvo já conseguiu tomar duas doses do imunizante.
Mais de 161 milhões de pessoas dentro do público-alvo tomaram a primeira dose, e a segunda dose foi aplicada em aproximadamente 144 milhões. Mais de 16 milhões já tomaram a dose adicional ou a de reforço. Em 2022, o Ministério da Saúde receberá dos laboratórios contratados mais de 354 milhões de doses de vacinas.”
No entanto temos notícias em Brasília que mais de duzentas mil pessoas ainda não compareceram para tomar a primeira dose e mais de cento e vinte mil para a aplicação da segunda dose do imunizante. O que estão esperando? Falta de informação não é, pois, a cada dia os jornais falados não economizam alardes sobre o número de internação cada vez aumentando e que noventa por cento desses são não vacinados.
Mas não bastam os comentários sobre os infectados, há necessidade de uma campanha espontânea pela vacinação. A população tem que se empenhar nesse sentido.
O fato é que, embora os números sejam expressivos não temos a repercussão deles junto à opinião pública, intoxicada de informações negacionistas da mídia que ao invés de estimular a vacinação e exaltar os avanços, se prestam à divulgação de discussões estéreis sem nenhum interesse de ordem prática.
Faço questão, ainda que me arrisque a ser tido como enfadonho, de repercutir o que está sendo feito em busca da disseminação dessa praga que nos assola. São milhares de pessoas em todos os cantos do mundo envolvidos nessa luta. São cientistas, médicos, pesquisadores, manipuladores, farmacêuticos, químicos, auxiliares, enfim uma série de profissionais diuturnamente envolvidos em busca dessas soluções que são disponibilizadas para uma população que não tem um mínimo de conhecimento da origem, da produção, dos meios empregados, de todos os esforços dispendidos.
Existem, hoje, as seguintes vacinas aprovadas em todo o mundo, segundo divulga o CANALTECH:
“Ad26.COV2.S (Johnson & Johnson)
A vacina da Janssen — a empresa farmacêutica da Johnson & Johnson — adota um adenovírus humano (Ad26) modificado para não se replicar mais. O adenovírus é editado para carregar a proteína spike do coronavírus. A partir desse fragmento de material genético do coronavírus nas células, o sistema imunológico do corpo aprende a identificar e combater o agente infeccioso, a partir de uma única dose.
BBIBP-CorV (Sinopharm)
A vacina do laboratório chinês Sinopharm é produzida a partir de um vírus inativado: o vírus composto na vacina é incapaz de gerar infecção, pois está morto, mas é capaz de gerar resposta imune semelhante à infecção, gerando proteção ao indivíduo quando houver exposição futura ao vírus.
Comirnaty (Pfizer/BioNTech)
A vacina da Pfizer e da BioNTech contra a COVID-19 é baseada no RNA mensageiro, ou mRNA, que ajuda o organismo a gerar a imunidade contra o coronavírus, especificamente o vírus SARS-CoV-2. A ideia é que o mRNA sintético dê as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus. Globalmente a eficácia da vacina foi de 95%, com esquema de duas doses, num intervalo de 21 dias entre as doses.
Convidecia (CanSino)
A vacina contra a COVID-19 Convidecia consiste em dose única, e foi desenvolvida pelo laboratório chinês CanSino Biologics. Desenvolvido em parceria com a Academia de Ciências Médicas Militares da China, o imunizante é produzido a partir de um adenovírus humano não replicante. Esta tecnologia de usar um vetor viral, editado geneticamente para conter partes do vírus da COVID-1Quantas vaci CoronaVac (Sinovac)
A CoronaVac foi desenvolvida pela biofarmacêutica chinesa Sinovac BioNTech, e é constituída por vírus inativado. Tal como a maioria das vacinas em vigor atualmente, exige duas doses. Produzida no Brasil pelo Instituto Butantan
Covaxin (Bharat BioNTech)
Desenvolvida pela farmacêutica indiana Bharat BioNTech, a Covaxin é aplicada em duas doses, e a sua composição é feita a partir do coronavírus inativado.
Covishield (Oxford/AstraZeneca)
A Covishield é fruto de uma parceria entre a Universidade de Oxford e a biofarmacêutica AstraZeneca. Administrada em duas doses, utiliza um vírus inativado, o adenovírus, como vetor de parte do material genético do SARS-CoV-2, que produz a proteína que gera a resposta imune. É produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro.
EpiVacCorona (Vector)
Desenvolvida pelo centro de pesquisa biológica russo Vector Institut, a EpiVacCorona contém pequenas porções de proteínas virais, conhecidas como peptídeos.
mRNA-1273 (Moderna)
O imunizante da farmacêutica norte-americana Moderna consiste em uma fórmula de RNA mensageiro. Dessa forma, o corpo começa a produzir proteínas virais, mas não o vírus inteiro, o que é suficiente para treinar o sistema imunológico para atacar o vírus.
NVX-CoV2373 (Novava
O imunizante desenvolvido pela empresa norte-americana de biotecnologia Novavax é administrado em duas doses. Sua fórmula adota uma proteína espicular — proteína em formato de coroa, presente na membrana do coronavírus — purificada, entregando a proteína pronta para o organismo e ativando a resposta imune.
Sputnik V (Instituto Gamaleya)
O imunizante Sputnik V foi desenvolvido pelo Instituto Gamaleya, na Rússia, e usa em sua fórmula dois adenovírus humanos, o Ad26 e o Ad5, ambos conhecidos por causar o resfriado comum. “
Além de tudo isso, e as já conhecidas Butanvac ( Butantã e Versamune ( Ribeirão Preto) há no Brasil diversas ações conforme nota publicada na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde:
“O Relatório Técnico “Monitoramento de vacinas em desenvolvimento contra SARS-CoV-2”, elaborado pela Ministério da Saúde, mostrou que o Brasil possui 15 candidatas nacionais a novas vacinas em desenvolvimento contra SARS-CoV-2. A maior parte destas iniciativas são provenientes de projetos de pesquisa apoiados diretamente pelo MCTI, via FINEP e CNPq, e de projetos contemplados com investimentos do MCTI e MS por meio por meio da “Chamada Pública MCTI/CNPq/FNDCT/MS/SCTIE/Decit Nº 07/2020 – Pesquisas para enfrentamento da COVID-19, suas consequências e outras síndromes respiratórias agudas graves”.
Estes projetos estão sendo desenvolvidos em universidades e instituições de pesquisa públicas do país e vários estão em fase pré-clínica de estudo, com potencial concreto de iniciarem os estudos clínicos de segurança (fase I/II). Há possibilidade real e necessidade premente de termos uma solução nacional de vacina competitiva e com a qualidade, segurança e eficácia necessárias para atender às imprevisibilidades inerentes a uma pandemia e aos anseios nacionais.”
Ora, diante de tantos esforços, de tantas ferramentas disponibilizadas em favor da erradicação dessas pandemias é inacreditável que exista ainda uma resistência, por parte inclusive de profissionais da saúde, como médicos (não infectologistas) em propagar a eficácia das vacinas. Ao contrário, inexplicavelmente ainda se prestam a desacreditar os imunizantes, usando o nome da medicina, se empavonando por ser portador do diploma de médico, embora não especialistas.
Seria de grande significado a exibição de filmes da época das pestes mais cruéis já vividas anos atrás com a população sendo dizimada pela falta de imunização que somente depois das tragédias tornaram-se conhecidas.
No Brasil tivemos, de triste memória, por exemplo a malária e a varíola, hoje erradicadas, graças aos heróis da ciência que nos proporcionaram o santo remédio da vacina.
Rezar é muito bom para manter a fé, mas não custa nada dar uma ajuda ao bom Deus, fazendo a nossa parte.
Muito bom, Henrique Eduardo!