Após um longo silêncio, sabático, ausente desse bendito espaço, retorno às lides com a esperança de entender o que se passa nesse quotidiano, de uma pobreza cultural que impede qualquer inspiração, inclusive em face de inexplicável queda de valores morais e cívicos que nos leva à impressão de estar retornando ao Império Romano aos costumes da devassidão sem qualquer compromisso. Os meios de comunicação social, comandado pelas Redes de Televisão, ao invés de cumprir com a sua finalidade de educativa e social, tornou-se, ao contrário, através de novelas com grande repercussão, em um instrumento de desorientação e degeneração de costumes principalmente no tocante à preservação do conceito familiar com uma pregação explícita de sua destruição.
No âmbito político, responsável pela vida republicana, as instituições que em tese são os pilares do sistema, desvirtuadas de suas funções e competências, a cada dia mais se distanciam do papel que deveriam desempenhar seguindo os princípios previstos na Constituição de serem independentes e harmônicos entre sí.
O Legislativo, acovardado se submete aos arroubos institucionais do Supremo Tribunal Federal que se arroga ao direito de estar acima do bem e do mal e se julga, por conta própria, competente para ditar regras, inclusive de caráter administrativo ao Poder Executivo e ao Legislativo sem nenhuma cerimônia.
O fato é que o nosso país com todas as possibilidades de se postar no topo do ranking mundial, padece de uma paupérrima estabilidade sociopolítica e em vésperas de um dos maiores acontecimentos cívicos do país, as eleições, não indica um ambiente de tranquilidade e ao contrário nos oferece um quadro sombrio onde o que menos interessa aos protagonistas é o interesse público.
O próprio cenário eleitoral não nos anima quando vemos a disputa acirrada, pelas pesquisas que, não nos oferecem um pingo de credibilidade, entre o Presidente da República e um ex-presidente com um volumoso arsenal de explicações a serem dadas ao povo sobre os processos em curso nos quais figura como réu e que por obra do Supremo Tribunal Federal, navega em berço esplêndido como se nada tivera ocorrido. O interessante é que à guisa de seguir as regras dos procedimentos processuais, segundo os quais o julgamento dos referidos processos não deveriam ter sido feitos por um determinado juiz, simplesmente anularam todo arcabouço, provas e tudo mais fazendo com que os assaltos cometidos e comprovados deixassem de existir e determinado que outro magistrado tomasse conta do feito e começasse tudo de novo, da estaca zero, sabendo de antemão que ocorreria prescrição e na verdade ficaria “tudo como d’antes no quartel de Abrantes”. Só falta agora determinar ao Governo devolver o que foi resgatado das mãos dos assaltantes, com correção monetária e juros.
E, como resultado temos a candidatura limpa e serena a debochar do povo brasileiro, com o autor dessa bela peça no comando do Tribunal Eleitoral dando lições de moralismo.
E, para consolidar esse Golpe de Estado Judiciário a mídia dá a devida cobertura e em grande parte distorce as notícias com intuito político vendendo uma verdade que não se sustenta por si só.
Vejo no Correio Braziliense a notícia do lamentável incidente que culminou com a morte de um dirigente do PT que em local público trocou tiros com um cidadão aliado do Presidente Bolsonaro. Ambos foram baleados e um deles morreu na hora e o outro luta pela vida em estado grave em Hospital paranaense.
A manchete da capa do jornal é em letras garrafais: “Bolsonarista mata dirigente do PT”, para no final da matéria em letras minúsculas contar que houve um tiroteio por parte dos dois.
O Presidente Bolsonaro, na mesma matéria recomenda que não aceita apoio de quem age com violência e espera que as autoridades responsáveis apurem com rigor.
Na CBN, o acadêmico Merval Pereira colunista da emissora diz que o responsável pelo fato é o Presidente que deveria no mínimo se manifestar contra a ação do seu suposto aliado ao invés de estimular a violência, fazendo questão de acentuar que Bolsonaro minimizou o ocorrido, sem ter a decência de citar a fala do Presidente, já citada. E a emissora cuidou de alardear durante toda a programação a título de manchete: “Bolsonarista mata dirigente do PT” e reafirmando a culpa do Presidente como se partisse dele a ordem para essa nefasta ação.
Há dias membros do Instituto Lula espancaram um cidadão antipetista em frente a entidade e não vi até hoje nenhum aceno no sentido de atribuir ao ex-presidente a culpa do confronto, e nem deveria ter porque em nada contribuiu para o desfecho.
Esse é o lado triste do quotidiano.
Em um país civilizado, hoje, teríamos que estar avaliando os programas dos candidatos, como Juscelino lançava o projeto de “Cinquenta anos em cinco” com a especificação do desenvolvimento de nossa infraestrutura com o binômio de energia e transporte, assim como os seus opositores cada qual com o seu discurso e a população servida dos debates decorrentes.
Mas, nos nossos dias, sessenta e sete anos depois, com toda a tecnologia existente assistimos uma campanha calcada em xingamentos, ofensas pessoais e o eleitor atônito sem saber em quem votar tendo como único vetor a paixão pessoal movida pelas disputas alavancadas pelos meios de comunicação e redes sociais, aliás um invento que até hoje não se sabe definir se traz algum benefício ou malefício à sociedade.
Por outro lado, não há como desconhecer a impropriedade de certas manifestações de Bolsonaro que apenas contribuem para seu desgaste.
Conforme já mencionei em outras oportunidades bastaria divulgar os feitos do seu governo e ficar quieto no seu canto que os próprios adversários cuidariam de sublimá-lo. Em verdade não vejo qualquer proveito em seu favor nessas refregas em que ele se envolve contra magistrados, jornalistas e outros mais.
Entendo que, para amenizar os efeitos dos problemas decorrentes do alto custo de vida torna-se necessária uma ampla campanha publicitaria demonstrando fielmente a questão como sendo de caráter mundial com as ilações naturais que afetam o comercio entre as nações a fim de que não seja debitado ao governo atual o que de fato não é de sua exclusiva responsabilidade.
Um fato, dentre muitos, serve para demonstrar essa anomalia; o preço de combustíveis, que acaba em uma equação do segundo grau enveredando pelo corte de arrecadações federais e estaduais em busca da diminuição do preço da gasolina, diesel e gás de cozinha.
A regra geral é acusar o Presidente pelo episódio, mesmo com o esforço feito por ele junto àquela empresa. Para entender o caso há que se considerar que a Petrobras é uma empresa com maioria de ações pertencentes ao governo, mas com um número significativo de investidores que ali estão em busca de lucro do seu capital. Ocorre, que a empresa por ser estatal tem um compromisso social a desempenhar e o faz com muita eficiência com diversas obras beneficentes e culturais no país. E paga uma soma muito alta de impostos ao governo.
Só que, na fase que enfrentamos a pandemia mundial todas as economias sofreram um desgaste tremendo atingindo principalmente as populações mais carentes e indiretamente a classe média e as empresas que dependem do mercado internacional tem que se ajustar aos preços lá praticados. Com isto os seus custos passam a ser maiores e a comercialização de seus produtos igualmente mais altos, fazendo com que o consumidor sinta maior impacto no consumo e a empresa passe a ter um lucro muito maior.
Ora, com o desequilíbrio entre a carência da população e o lucro da estatal há uma demanda enorme no sentido de que a Petrobrás diminua os lucros dos seus investidores para diminuir o preço de venda ao consumo, o que importa em desvalorização de suas ações no mercado financeiro.
Mas, isso é um tabuleiro de xadrez presente em todos os governos que por lá passaram e nada fizeram a respeito porque essa questão envolve todo um arcabouço de acordos, contratos que o próprio sistema administra.
A prova disso é que o Presidente sensível à situação calamitosa vivida procura de todas as maneiras possíveis um caminho ainda que tortuoso (como redução de impostos federais e estaduais) mas que tem de ser considerado em face de uma emergência momentânea. Mas é esse um farto material para alimentar a oposição, incluindo a famigerada mídia nacional. ´
O resultado de toda essa operação chega a ser hilário. O preço dos combustíveis baixou e agradou ao consumidor, mas os Estados e Municípios têm que dar sua contribuição no processo, ao contrário iniciam uma campanha transferindo ao Governo Federal a responsabilidade total para a solução do problema com se eles não pertencessem à Federação. Com isso os Governos Estaduais são os autores da redução do combustível e o Presidente responsável pela alta.
Outro quadro também nos chamam a atenção é o da luta pelo direito autoral das ações governamentais:
O salário benefício, lançado pelo Governo para o atendimento dos menos favorecidos sob a denominação de Auxílio Brasil, sofre um ataque volumoso inclusive acusando o Governo de plagio e ter se assenhorado de um programa que é do PT sob denominação do Bolsa Família criado pelo Presidente Lula, readaptado pelo governo Bolsonaro.
Embora o que interessa seja o resultado em favor dos mais pobres, pelo interesse político o importante passa a ser o direito autoral e o primeiro a se movimentar é o ex-presidente petista que se arvora se denominar como o criador do programa.
Esquece, esse candidato, ou faz questão de não lembrar que o programa de assistência aos mais pobres vem criado por Herbert de Souza, o Betinho e o Bispo Dom Morelli no curso do Governo do Presidente Itamar Franco, Plano de Combate à Fome e à Miséria que foi alterado no Governo de FHC pela primeira-dama Ruth Cardoso como Comunidade Solidária, posteriormente adotado pelos governos Lula e Dilma, como Bolsa Família e agora por Bolsonaro. Portanto o dono do programa é o povo carente desse país.
Da mesma forma a questão da transposição do Rio São Francisco concluído sob o comando do Bolsonaro, que nunca se postou como o pai da ideia, ao contrário de Lula que se exasperou bradando que o projeto era dele quando viu Bolsonaro inaugurando a obra por ele concluída.
Esse projeto foi feito preliminarmente por um engenheiro alemão, Halfeld por solicitação de Dom Pedro II e no período republicano, com pequenas investidas no Governo de Floriano Peixoto e do General Dutra, e que foi iniciado pelo Presidente Itamar Franco por iniciativa do Ministro Aluísio Alves, do Rio Grande do Norte, que no curto espaço do tempo providenciou o Decreto autorizando a desapropriação da área a ser inundada e a elaboração de um convenio com o Banco Mundial com carência de seis anos para alavancar recursos para a realização da obra. Portanto é bom que se saiba que o Projeto da Transposição do Rio São Francisco não é de autoria de Lula.
Há que se lembrar da psicologia das massas quanto ao risco do poder da opinião pública quando mal orientada e com o sofrimento pelas consequências principalmente no que tange à sua própria subsistência.
Hoje o Correio Braziliense publica em página inteira uma entrevista com o ex-presidente petista que não oferece nada de concreto a respeito de sua candidatura, elegendo o mesmo falatório agressivo como forma de se promover, assim como minimiza a sua posição de réu nos processos em curso na Justiça e o pior, demonstra total desconhecimento ou má fé ao tratar dos problemas da economia quando se permite promover compromissos como o de acabar com a fome no Brasil.
Um assunto dessa natureza mereceria sim, um amplo debate em busca de soluções para minorar a carência da população, mas não de forma simplista e irresponsável que não passa de uma verdadeira enganação.
Os números da pobreza no país, a exemplo do que ocorre mundialmente, são assustadores e deveriam pesar na elaboração orçamentária anual quando vemos a destinação de verbas vultuosas para custeio totalmente desnecessário, ao invés da infraestrutura, por exemplo, gerando empregos e renda. É de suma importância a conscientização do nosso eleitor no sentido de que a eleição é o momento que temos para definir o futuro do nosso país, dos nossos filhos e que não cabe raciocinar com o fígado ou estômago ao invés de fazê-lo com a cabeça e aplicar o nosso voto de forma coerente com o que nós merecemos para ter um país justo e humano e, principalmente, livre dos assaltos dos inescrupulosos que ainda navegam por aí.
A nós apenas está reservado assistir a chegada do fim do túnel.
Parabéns!!!
Sábias palavras e entendimento sobre o processo político de nossa nação!!
Brasil acima de Tudo e Deus acima de Todos!
Grande Abraço, Stefano
Amigo Stefano, saudades de um tempo tão generoso com que convivemos, agradeço suas palavras. Espero que haja para nós uma luz no fim desse tunel.
Nosso eterno Ministro e amigo, estava sentindo muita falta das suas ponderações sábias, inteligentes e de muito bom senso . Muito obrigada por nos privilegiar com tanta sabedoria. Grande abraço
Enviado do meu iPhone
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Querida amiga e saudosa Secretaria de Justiça que tanto bem fez ao nosso Estado de Minas , sempre presente em nossa lembrança pelos belos exemplos de gestora e chefe de familia., obrigado pelas palavras. Grande abraço.
Ta danado.
E muito…..
Dr Henrique, que bom que voltou à lida! Quero crer que o eleitor possa não saber em quem votar, mas sabe muito bem em quem Não votar! As passagens históricas resgatadas em seu muito bem escrito texto, deveriam ser incluídas nos conteúdos currilares das nossas escolas. Grande abraço!
Caro amigo Cel. Pelluso,
Agradeço as generosas palavras. O problema é que a duvida possa induzir em votar em quem não deve. Principalmente levando-se em conta a desonestidade dos Institutos de Pesquisa.. Vamos torcer. Abraços
Bom dia meu amigo
Estava preocupado c vc;vários dias sem inspiração para começar meu dia!
Espero que vc e família estejam bem
Abrs
Marcelo
Obrigado amigo.
Gostei muito.
Na verdade, estamos completamente desnorteados por culpa de uma imprensa dividida e desacreditada. Chegamos ao ponto de, após assistir um informativo num canal de TV , irmos buscar a versão de outro canal , conferirmos as pesquisas, as fotos das redes. E nunca batem.
O fim do túnel anda a cada dia mais distante e, pior, não dá para confiar na luz que começamos a antever. Pode ser um trem vindo de encontro.
Obrigado pelo comentário, principalmente vindo de vc que tem larga experiência na mídia saudável que sabe como detectar os desvios de onde não devesse existir. Quanto ao trem o perigo é se antes de coligir ele venha a descarrilhar.
Gostaria eu, um dia, saber expressar, verbalizar tão nobres palavras e tanto conhecimento como vossa excelência!!Como o admiro!!!Parabéns por ser um brasileiro aguerrido e cheio de memórias incríveis para dividir conosco!
Um cordial abraço