É incrível a constatação do tumulto causado no processo eleitoral decorrente da ação do Tribunal Superior Eleitoral, com decisões esdrúxulas e dotadas de parcialidade e permitindo o entendimento que a composição dos membros da Corte foi devidamente direcionada.
Lembramos que esse Plenário Eleitoral não é formado por membros de um quadro efetivo, e sua composição compõe-se de 3 Ministros do STF, 2 do STJ que escolhe, entre os seus membros, mediante eleição por voto secreto, e 2 oriundos da classe dos juristas nomeados pelo presidente da República a partir de duas listas tríplices elaboradas pelo Plenário do Supremo, contendo os nomes de seis advogados de notável saber jurídico e moral e respectivos suplentes com mandado de dois anos.
Na atual formação coincidentemente, assim espero que seja, os dignos representantes do STF são dos que têm, no Tribunal de origem, conduta alinhada com os interesses de um certo partido, o que faz com que nós outros nos sintamos desamparados nesse mundo de meu Deus.
Tenho visto com muita tristeza os pareceres exarados no TSE, com exceção dos relatados pela Ministra Maria Claudia Bucchiari, da quota dos juristas renomados na composição daquele Tribunal, sempre embasada na lei e na jurisprudência, independente de quem seja o interessado, e que oferece peças de alto valor jurídico e não raramente são rejeitados pelo Plenário.
Vimos as seguintes decisões capitaneadas pela Presidência:
– Suspendendo a divulgação de matéria referente à corrupção do governo Lula. Embora o Relator tenha sido contrário à medida o Ministro Lewandowski abriu divergência e foi seguido por mais três pares. Ora. O que mais se sabe no Brasil foi a existência da corrupção nesse governo, mas não se pode falar, e, assim foi determinada a remoção da matéria da empresa Brasil Paralelo no Twitter. Mas ao mesmo tempo várias colunas e blogs podem imputar a Bolsonaro a pecha de genocida sem nenhum problema.
– Não se pode divulgar manifestação que desacredite da inocência do ex-presidente. Os próprios Ministros Fux e Marco Aurélio Melo foram bem claros no sentido de que o STF não inocentou o réu, apenas anulou a sentença de Curitiba por questão de incompetência da jurisdição determinado que o processo continuasse em Brasília. O candidato continua divulgando que foi inocentado pelo STF, fundamentado pela palavra e autoridade de William Bonner do Jornal Nacional da Rede Globo e ainda adiciona a ONU e o Papa Francisco como órgãos julgadores, tudo com o consentimento do Presidente do TSE.
– Proibindo a participação da primeira-dama nos programas eleitorais.
E outras tantas, sendo que foram impugnadas mais de 30 inserções de Bolsonaro e apenas 6 de Lula.
Da mesma forma nos impressiona a participação de setores da Igreja Católica que politizam a fé e ao mesmo tempo imputam à campanha de Bolsonaro essa distorção.
Fui criado segundo os ditames da Igreja Católica Apostólica Romana pela mais santa Pessoa que conheci em minha vida, minha avó paterna D. Clotilde, responsável direta pela minha condição de católico praticante.
Agradeço a Deus de a ter privado de assistir o que estamos vivendo nesses dias.
Hoje, assistindo a Missa Dominical pela TV Brasil, celebrada semanalmente pelo Padre Arnaldo Rodrigues da Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro me encantei com a sua Homilia que é sempre ilustrativa e didática sobre o Evangelho do dia, explicitando e convocando os fiéis a rezar sempre que puderem diariamente como a única forma de estar conectado a Deus.
Quando assistia sua pregação, instintivamente me fez recordar da cena mais deturpada e revoltante que pude assistir em um ambiente religioso como a protagonizada pelo Arcebispo de Aparecida no dia consagrado à nossa Padroeira que em sua homilia, promoveu pregação política partidária, a mais explícita, além de tentar impedir que fieis, ao final da missa, no espaço externo da Basílica pudessem rezar um Rosário ( para quem não sabe é composto de 15 terços), expedindo inclusive uma Nota Oficial da Arquidiocese afirmando que aquele movimento, as orações, não era autorizado por ele e ato contínuo determinou ou autorizou que os campanários da Basílica fossem acionados, no mais alto volume possível a fim de abafar e prejudicar a prece do Pai Nosso que era praticada pelos romeiros.
Não sei o teor do sermão na missa de hoje, do Arcebispo em Aparecida, cujo evangelho é um texto em que Jesus prega a necessidade da oração, o que contraria a sua atitude de impedir essa prática religiosa pelos fiéis que ali compareceram no dia 15.
Em verdade tudo se passou em face da constatação de que a maioria dos romeiros ali presentes não era de petistas uma vez que aplaudiram a presença do Presidente da República na Basílica.
Pelo visto, como se diz nos grotões de Minas Gerais, “vaca não está conhecendo bezerro e papagaio está chamando urubu de meu loiro”
Qual o resultado de tudo isso para o nosso país?
Será que o legado dessas eleições se baseia nessas distorções de costumes e civilidade?
Permito-me recordar dos Arcebispos Dom Carlos Carmelo Mota, Dom Aloisio Lorscheider, Dom Geraldo Maria de Moraes Penido e Dom Raymundo Damasceno de Assis que com sua serenidade e firmeza, jamais protagonizariam um espetáculo desse nível.
Do Supremo Tribunal Federal como órgão maior do Judiciário pouco podemos esperar mas, da Igreja Católica, é necessária uma intervenção pelo Vaticano para que o êxodo de fieis para outras tantas não ocorra porque a revolta é muita grande em face da atitude de certos setores que não se enquadram aos ditames do Evangelho.
Posso estar errado mas prefiro seguir o ensinamento de Júlio Pattuzzo no sentido de que Política e Religião não se misturam; uma coisa é ter fé em Deus, outra, é acreditar no homem. O homem é corruptível; Deus não!
Vamos aguardar….
Que exposição brilhante, oportuna e necessária! Ela expressa tudo o que estamos sentindo e lamentando ,nesse momento tão importante para o Brasil e para todos nós, brasileiros .
Agradeço muito o comentário, lamentando poder estar falando sobre isso….
E de chorar….
o que mais me causa espanto, considerando o meu entendimento de que a oração do Pai Nosso é o Hino Nacional da Cristandade, venerado por todas as Igrejas em Cristo, é ver um representante da Igreja Católica agir dessa forma..
Que lástima tudo isso!!