CAVALO, bom dia

È bastante conhecido o ditado que se diz em todo o Brasil “quem fala muito dá bom dia a cavalo”.

É evidente que a expressão ‘fala muito “se refere à qualidade do que é dito e não à quantidade de vezes que se pronuncia.

Infelizmente, entre nós o ensinamento não é observado pois, principalmente, por conta justamente de quem mais deveria se preocupar com a repercussão do que se diz , é quem mais fala.

Durante o Governo de Jair Bolsonaro não foram poucas as vezes em que tive oportunidade de registrar nesse cantinho a minha observação da impropriedade de algumas de suas falas que levariam às consequências mais desastrosas, como de fato, ocorreu.

Chego até a me permitir dizer que o seu insucesso nas urnas se deu mais em função de suas falas em contraponto aos seus feitos.

Não vou descrever todas as suas escorregadas, especialmente pelo fato de já terem passado e gerado os estragos desnecessários.

O fato é que, com a humildade de quem não domina totalmente o assunto permito-me entender que a não adesão dos eleitores indecisos à sua reeleição se deu justamente por alguns pronunciamentos às vésperas do segundo turno e, eu me refiro especificamente à infeliz menção às adolescentes venezuelanas, que, tomou uma dimensão absurda em uma questão sem nenhuma maldade mas que jamais deveria ter ocorrido e, muito pior ter ficado sem uma explicação, pelo menos, razoável.

E o pior é que apesar dessas ocorrências, o ensinamento foi nulo pois mesmo à distância em um momento que o que mais deveria ocorrer não aconteceu: o silêncio.

Agora estamos vivendo uma nova era. Com o Governo do Presidente Lula.

Não sei se é o desejo de aparecer ou se é por defeito de fabricação.

Em menos de cem dias de governo já consegue minar a necessária tranquilidade que deveria presidir no seio do seu mandato.

Inicialmente assistimos uma série de ataques frontais ao Mercado Financeiro, aos Investidores como se fossem dispensáveis para a economia do país.

Agressões verbais ao Presidente do Banco Central, incluindo nisso a grosseria incabível dentre os membros do governo. Críticas diretas à política de juros sem um mínimo de conhecimento técnico para sustentar o seu posicionamento.

É evidente que o Presidente da República tem o direito de e expressar sobre a matéria, mas isso não se faz pela imprensa, dispensando a discrição que se exige, não só por se tratar de assunto de grande repercussão, mas por ser de natureza  eminentemente técnica.

Também nos seus pronunciamentos em eventos oficiais, como a posse de auxiliares, não deixa a oportunidade de emitir até mesmo xingamentos ao se referir a outrem.

Agora, em entrevista a uma empresa de comunicação de seu partidário, não tem o cuidado de manter a postura de linguagem que se espera de um Presidente,  mas ainda faz um comentário dotado de revoltoso sentimento referindo-se a um senador da República, Sergio Moro, dizendo publicamente que só ficará bem quando conseguir f….r com ele.

Coincidentemente, e, realmente, acredito que seja coincidência, no dia seguinte a Polícia Federal realiza uma operação contra uma facção do PCC que organizava um esquema para assassinar o referido senador e sua esposa e um promotor de Justiça de São Paulo. Ora, é claro que a oposição procura vincular os fatos que podem não ser conexos, e de fato, não o são, mas que permitem todo tipo de ilação.

O Ministro da Justiça afirma que essa Operação já vem sendo preparada há 45 dias. A Presidente do PT elogia o Governo por salvar a vida de um Senador oposicionista e hoje dia 23 o Presidente afirma que isso é uma armação do Sergio Moro.

Ou seja, um emaranhado de falatórios sem nenhuma lógica nem sentido mas que facilitam o FEBEAPÁ ( Festival de Besteiras que Assolam o País) preconizado por Sergio Porto, o  Stanislaw Ponte Preta.

Os Ministros por sua vez,  cada um por sí, desandam a anunciar medidas a serem tomadas, antes da aprovação do Presidente da Republica que por força do fluxograma de governo deve dar a sua autorização prévia para não ter que desmentir o auxiliar a posteriori.

Assim, foi o anuncio de um Ministro estabelecendo a taxa de juros a ser aplicada aos empréstimos consignados destinados aos aposentados da previdência.

Ora, taxação de juros não é feita por decreto e menos ainda por portaria. O resultado foi a recusa de todos os bancos, inclusive os oficiais a conceder tais operações, obrigando o Governo desfazer a questão para viabilizar o pretendido empréstimo.

O Ministro da Justiça após as ocorrências de 8 de janeiro deu declarações de toda ordem que poderão ser contestadas agora no âmbito da CPMI.

Portanto um conselho vindo dos nossos caipiras:

QUEM FALA MUITO DÁ BOM DIA A CAVALO…