Lembro-me da minha angustia nos idos de minha chegada a Brasília, Oriundo dos quadros do Exército, tendo feito concurso publico para a Secretaria da Câmara dos Deputados, aguardava a data da posse no cargo, com os ouvidos colados no rádio, ouvindo as noticias da Capital, se o Congresso seria fechado ou não. Com a renuncia do Presidente Jânio Quadros e com a resistência contra a posse de Jango e a implantação do parlamentarismo “quebra galho” para suprir uma transição tudo era duvidoso.
A questão era a aprovação do Deputado Santiago Dantas para Primeiro Ministro. Na verdade não se tratava da avaliação das qualidades pessoais do indicado, que sem nenhuma duvida significava o que havia de melhor no quadro politico nacional, mas a pouca experiência e o despreparo do Parlamento para o exercício do novo regime.
Ninguém se entendia e o tempo passava e a instabilidade social e econômica do país se avolumava e todas as atenções voltadas para o comportamento das Forças Armadas que não aceitavam a posse do Vice Presidente. A indicação foi rejeitada. Eu pensava, perdi o emprego.
Finalmente, foi aprovado o nome de Tancredo Neves que permaneceu no cargo por 307 dias, sendo substituído por Brochado da Rocha que governou por 68 dias e Hermes Lima por 128 dias depois do que, por plebiscito foi restabelecido o regime presidencialista.
Nota-se que no período de um ano e meio tivemos três primeiros-ministros, É bem verdade que a substituição de Brochado da Rocha se deu por motivo de doença, que morreu oito dias após sair do governo, mas de qualquer forma foi evidente a fragilidade do regime, apesar de à época o Parlamento era composto por figuras ilustres da politica brasileira.
Hoje assistimos um Partido politico lançar a campanha do parlamentarismo como remédio para a crise atual, com esse Congresso acuado por denuncias as mais variadas principalmente por corrupção e se especializando no procedimento de chantagens sobre o Executivo. O que esperar de um governo de gabinete?
Enquanto isso já se passaram oito meses da gestão de Dilma que luta para a aprovação de leis necessárias ao ajuste fiscal, para o equilíbrio de nossa economia, os Presidentes das Casas Legislativas em confronto de vaidades o povo sendo instigado a ir às ruas para pregar a queda da Presidente , a base politica supostamente aliada sem se posicionar e a oposição torcendo para quanto pior melhor e os movimentos sociais sendo mobilizados para uma batalha campal.
Imagine um Parlamentarismo em um quadro desses…
Antigamente, todas as vezes que havia uma convulsão social ouvia-se a costumeira frase de consolo: não há problema, as Forças Armadas estão vigilantes, sempre se lembrando de 1945 quando Getúlio foi apeado do poder, por intervenção do Exercito.
Hoje, nem isto se ouve mais, restando a velha máxima: “ se quiser vai reclamar com o Bispo..”
Mas cadê o Bispo???
” Mas, cadê o Bispo” kkkkkkkkkkkkkkkkkk
É um pena amigo Hargreaves que os políticos não sabem nada de história deste país. Se tivessem um pouco conhecimento do passado, no qual você domina como poucos, não iriam dizer tanta besteira.
Abraços
Obrigado Domingos. Mas a culpa é maior de quem não sabe escolher na hora H. Abs
Acho que há um despreparo geral
Muita ambição e pouca honestidade
Tambem, mas a culpa como eu já disse é de quem os coloca lá…