Transcrito o texto de Luiz Henrique Horta Hargreaves ( Orlando. Fl USA)
Imaginem a seguinte situação. Há uma enorme massa de pessoas, que está em um determinado local e precisa sair dali, para poder prosperar. Surge um comandante de navio e oferece seus serviços. A proposta é de transportar todas as pessoas para um lugar melhor, muito mais desenvolvido e onde as condições de vida serão as melhores possíveis.
Outros comandantes também se apresentam com suas propostas, mas não conseguem convencer a maioria dos passageiros.
Nesta viagem, se a maioria decide por um comandante, todos devem embarcar no mesmo navio. Muitos se desesperam. Não acreditam que estão indo para uma viagem segura. Talvez pelo histórico de problemas com embarcações e viagens passadas, conduzidas pelo mesmo comandante, sua tripulação ou de sua companhia de navegação. O nome do navio, é Brasil.
A promessa é de que tudo correrá bem e que o navio seguiria cada vez mais próximo da terra tão sonhada.
O problema é que desde o início da viagem, o mar se mostra revolto e o comandante não parece encontrar as respostas certas.
O tempo vai passando, a tempestade aumentando e as pessoas começam a ter medo da embarcação naufragar. Olham para o lado e não parece ter salva-vidas para todos. Buscam alternativas. Alguns pulam para fora e tentam se virar para chegar em outras terras mais seguras. Vários ficam no meio do caminho. Começam as denúncias de que o navio não estava preparado para a viagem, que foi mal construído, que não possui combustível suficiente, que realmente não tem como salvar todos e ninguém sabe para onde de fato está indo. A bússola quebrou, não tem GPS e o tempo fechado não permite a orientação pelas estrelas. Os boatos começam. Algumas pessoas em pânico começam a promover protestos. Aliados do comandante resolvem combater os protestantes e a violência começa a surgir.
O comandante parece não perceber o que está acontecendo. A água está entrando na embarcação. Perigosas ondas se aproximando. Eis então, que ele resolve fazer uma declaração. Avisa para os passageiros que a tempestade é passageira, embora ele não tenha cartas meteorológicas em mãos e não saiba quando ela terminará. Diz que as pessoas precisam confiar e acreditar que tudo dará certo. Afirma ainda que os boatos e as denúncias é que estão afundando o navio e promete encontrar e punir quem estiver falando mal da tripulação.
Não remove a água que inunda a embarcação, não muda a rota para evitar mais nuvens pesadas, não busca soluções para evitar que as pessoas possam ser atingidas pela tempestade, não toma medidas efetivas para evitar o naufrágio. O que acontecerá em seguida?
Os brasileiros desde pequenos aprenderam nas escolas, que o Brasil é o país do futuro. Os anos se passam e todos de olho lá na frente. Esquecem que as decisões do presente e que permitem um futuro tranquilo.
Em momentos de crise, o gestor deve identificar o foco, isolar, conter (que significa não deixar se alastrar), adotar medidas que visam a resolução e comunicar o que foi feito e as medidas futuras. Significa fechar a torneira ao invés de buscar fazer remendos em mangueiras que estão vazando.
Isto não está acontecendo.
Quem já foi em um circo com certeza tem lembranças dos malabaristas, trapezistas, mágicos. O suspense é enorme diante de situações arriscadas. Há até o ruflar de tambores. O que acontece contudo, quando o artista erra ou cai? É aplaudido. Por que? Porque ele está fazendo algo muito além do que se espera que as pessoas façam. Isto é o que se espera também de quem quer comandar o país. O que acontece se o artista só faz trapalhadas e é repetidamente vaiado por sua plateia? No mínimo percebe que as coisas não vão bem e muda o seu repertório ou pede para sair. As autoridades preferem pedir calma e criticar o público.
Quem já assistiu filmes de aventura que se passam na Idade Média ou gosta de livros de história, sabe que a liderança dos monarcas ocorria, sobretudo, porque diante das batalhas, eles estavam à frente da tropa. Combatiam e mostravam o caminho a ser seguido.
O governo afirma disse que o país seria a “pátria educadora” e em seguida corta verba da Educação, que foi o Ministério que teve a maior perda. Foram cerca de 7 bilhões de reais. Foi dito que não havia dinheiro para pagar os aposentados pelo INSS, mas não houve uma única redução dos custos públicos, por exemplo, diminuindo o absurdo número de ministérios. A antecipação do 13 salário para aposentados e pensionistas, que vem sendo feita ao longo dos anos, ainda não foi realizada e ninguém sabe se será. O governo já fala em parcelar, o que já era uma parcela. No entanto, todas autoridades receberam normalmente as suas antecipações. O discurso precisa ser coerente com a prática. A desvalorização do real já foi até comemorada por um dos ministros, que afirmou que isso era bom para as exportações. Sério mesmo? Esqueceu que o país importa muitas coisas, inclusive o trigo e que muitas dívidas do Brasil, estão em dólar.
Fica difícil pedir calma e paciência, quando as pessoas, sobretudo as com menor poder aquisitivo, vão aos mercados e não encontram o que comprar com o dinheiro cada vez mais comido pela inflação. O que estas pessoas devem fazer? Paciência é importante, mas “não enche barriga”.
A Saúde está o caos. Em países como o Canadá e a Inglaterra, o sistema de saúde pública funciona muito bem. Mas naqueles países, quando os governantes precisam de atendimento, são socorridos por médicos públicos e não em clínicas privadas, inacessíveis à maioria da população. O SUS é muito bonito no papel, mas a prática…é uma afronta aos direitos humanos de grande parte da população. Onde funciona, é chamado de ilha de excelência, pois é de fato, exceção.
O desemprego, cada vez maior.
A violência no país está assustadora. Os relatos de crimes bárbaros são cada vez mais frequentes. A corrupção é endêmica e epidêmica. Ou seja, está enraizada e alastrada.
Falta ao governo, refletir bem sobre as palavras atribuídas a Confúcio:
“As palavras convencem, mas o exemplo, arrasta”.
Atualmente, nem as palavras convencem e o exemplo….qual mesmo?
Caro Henrique,
Muito medo do nosso futuro!!Titanic já bateu no iceberg, afundar é questão de tempo!!
Meu comentario nao seguiu porque nao vi o final da pagina.Salve sua tia,ela tem problema de enjoo em altas marolas….Bjs1
Leia novamente. Houve um erro de transcrição. ops
De igual forma peço que leia novamente pois houve um erro de transcrição. Quanto ao naufrágio espero que o comandante não seja o do Costa Concordia