ROMANTISMO

Um devaneio.. Para nos aliviar de tantas noticias desagradáveis, o Correio Braziliense de hoje, dia 13/12 publica matéria assinada por Cristine Gentil, em Cronica da Cidade abaixo transcrita:

Procura-se um amor

Dia desses um repórter chamou mi­nha atenção para um anúncio de clas­sificados. Dizia assim: “Procuro Do­mingas Soares Rocha! Para relaciona­mento sério”. Não havia como não ter uma boa história por trás de tão telegráfica mensagem. Dito e feito. O moço romântico   tem 80 anos e não está à procura de um amor qualquer. Desde que seus olhos miraram Domingas, é nela que repousam suas intenções de viver com plenitude. Ele não deseja ter sua história contada em jornal, então segue em anonimato aquele que cha­maremos aqui de Romeu. A família não aceitaria o novo relacionamento, suspeita. Então, mantém em segredo suas vontades, embora a esperança o mantenha vivido.

O fato é que Romeu conheceu Do­mingas de forma casual, assim como quem não quer nada, numa andança
no centro da cidade (leia-se o calçadão entre Conjunto Nacional e Conic). Conversaram, conversaram e conversaram. E o que a palavra uniu dificilmente se separa. Não falo aqui de um bobo juramento .empenhado. Mas no verbo como um instrumento de sopro, suave, romântico, compro­metedor, intenso… As pessoas se apai­xonam pelas mais diferentes razões.

Particularmente, arrisco dizer que um ouvido bem cantado é o canal de se­dução mais certeiro. única e exclusivamente pelas conver­sas. Acabou perdendo o contato com Domingas.  No ano passado, no en­tanto, ele ficou viúvo. E, se não há idade certa para viver um amor, tam­pouco há para sofrer com a solidão. Procurou aqui e ali, e nada de Do­mingas. Ficou só o nome e a lem­brança. Romeu não sabe a idade da moça ao certo, mas arrisca que ela está na casa dos 60 e tantos. Também não sabe o rumo que a vida dela to­mou. Só sabe da saudade de um amor que não chegou a realizar.

Decidiu colocar anúncio no jornal.

Quando entramos em contato, há al­guns dias, Romeu só havia recebido te­lefonemas de curiosos, como nós aqui do jornal, mas nenhuma pista do para­deiro de quem um dia lhe roubou o co­ração. Portanto, quem conhecer Do­mingas, diga-lhes que há um coração que bate em compasso de espera por ela. Cartas para esta que vos fala tam­bém. Construiremos juntos uma pon­te. Muitas pessoas passam a vida a so­frer por um amor que não têm. Mais triste talvez seja lamentar pelo amor que*se tem, mas que, por algum moti­vo, está inacessível.

 

 

 

 

 

 

Casado na época, Romeu foi res­peitador. Limitou-se ao galanteio

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